Mundo | 21 de julho de 2015

Médicos britânicos sugerem taxa de 20% sobre refrigerantes

Medida proposta visa controlar problemas como obesidade e diabetes na população
Médicos britânicos sugerem taxa de 20 sobre refrigerantes

A Associação Médica Britânica (BMA, na sigla em inglês) está apoiando uma medida para que seja aplicada, no Reino Unido, uma taxa de 20% sobre o preço de refrigerantes e demais bebidas com alto índice de açúcar, a chamada Soda Tax.

A professora Sheila Hollins, que faz parte da equipe da BMA, defendeu a medida lembrando que “sabemos por experiências em outros países que a tributação de alimentos e bebidas não saudáveis pode melhorar a saúde da população”, disse ao jornal Daily Mail.

O projeto, segundo ela, ajudaria a reduzir a obesidade no Reino Unido em torno de 180 mil pessoas. A especialista pondera que grande parte da população, principalmente famílias de baixa renda, não consome frutas e legumes na quantidade certa. Medidas financeiras deveriam ser consideradas para subsidiar o preço desses produtos, que aumentou em 30% desde 2008, de acordo com a BMA.

“As bebidas com muito açúcar são ricas em calorias e de valor nutricional limitado e as pessoas já estão consumindo demasiado açúcar. Estamos cada vez mais preocupados como isso contribui para doenças como o diabetes”, alertou Sheila Hollins.

Um imposto semelhante já está em vigor no México, onde foi fixado em 10% – metade do que os médicos do Reino Unido estão pedindo –. Nos EUA, o governo da Califórnia rejeitou uma taxa sobre refrigerantes, no início de 2015, mas está reconsiderando a decisão, seguindo a posição de outros Estados, como o Alabama.

Segundo pesquisa divulgada na revista especializada Circulation, as bebidas açucaradas causam 184 mil mortes por ano. O principal autor do estudo, Dariush Mozaffarian, da Faculdade de Ciências da Nutrição da Universidade de Tufts, em Boston, salientou que “muitos países apresentam um elevado número de mortes causadas por um único fator dietético: os refrigerantes e outras bebidas açucaradas”. Para ele, “reduzir significativamente o consumo ou eliminar da dieta deve ser uma prioridade de escala planetária”, considera.

O ministro da saúde de Portugal, Paulo Macedo, comentou durante um encontro da Organização Mundial de Saúde (OMS), ocorrido em Lisboa no dia 13 de julho, que o caminho da sensibilização para uma alimentação saudável deve ser feito através de mais informação, como em rótulos dos produtos, e não só pela criação de impostos.

Na sua visão, “não são taxas em novos alimentos que podem resultar em consequências mais positivas de imediato. Independentemente das taxas nos produtos que contêm demasiado sal ou açúcar, achamos que é importante pormos em prática uma melhoria da informação ao consumidor”, argumentou o ministro.

 

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