Estatísticas e Análises | 19 de setembro de 2013

Fumantes são mais infelizes

Pesquisa do Hospital São Lucas da Pucrs demonstra que dependentes do tabagismo tem maior grau de depressão
fumantes

Um estudo do Ambulatório de Cessação do Tabagismo do Hospital São Lucas da PUCRS reforça a idéia de que é um mito a o uso do cigarro como “automedicação” em momentos de ansiedade e nervosismo. Os dados mostram que, na verdade, os fumantes são pessoas mais infelizes.

O estudo, da bióloga Vanessa dos Santos, comparava ex-fumantes com fumantes atuais. O trabalho foi publicado no British Journal of Psychiatry e apresentado, na International Conference on Drug Abuse, nos EUA. A pesquisa foi feita com 1.021 pacientes da unidade e vai de acordo com noções mais recentes de que usar o tabaco como ansiolítico e antidepressivo não é real.

“Passada a turbulência inicial dos primeiros dias ou semanas logo após a cessação do tabagismo, o que se detectou é que o ex-fumante se torna mais feliz do que o que permanece fumando. O uso não frequente até melhora o humor, mas a longo prazo leva à depressão”, afirma o dr. José Miguel Chatkin, pneumologista e coordenador do estudo.

A avaliação mediu o grau de depressão do grupo de fumantes. Em média, eles atingem 50% de pontos a mais do que quem nunca fumou ou aqueles que largaram o cigarro. A análise não detectou diferenças significativas entre homens e mulheres. “Alertamos sobre os benefícios emocionais da abstinência em longo prazo, ao invés de valorizarmos a ideia de que o cigarro funciona como antidepressivo, pois, em verdade, trata-se de um forte agente depressor do humor”, explica o o dr. Chatkin.

Os casos de depressão de maior intensidade notados na pesquisa do São Lucas foram mais frequentes entre os que fumavam uma quantidade maior de cigarros por dia, por mais anos e os que tinham maior dependência à nicotina. O grupo de especialistas fará agora pesquisa com acompanhamento de pacientes antes e depois de deixarem o cigarro.

VEJA TAMBÉM