Gestão e Qualidade | 11 de março de 2016

Diretor do Ipe-Saúde participa da primeira edição dos Desafios da Saúde 2016 

Médico Alexandre Escobar debateu com dirigentes de hospitais, clínicas e laboratórios os rumos da instituição neste ano
Diretor_Saude_Ipergs

O Sistema Fehosul, formado por 10 sindicatos representativos dos prestadores de serviços em saúde, promoveu na sexta-feira, dia 11, a primeira edição do Desafios da Saúde em 2016. O evento marcou a abertura oficial dos eventos da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Rio Grande do Sul (Fehosul), através do debate de temas importantes que pautarão a ação representativa da entidade na defesa dos interesses de seus filiados. A reunião-almoço teve como foco o Ipe-Saúde e contou com a participação do Diretor de Saúde do Ipergs, médico Alexandre Guimarães Escobar. A abertura foi feita pelo vice-presidente da Fehosul, médico Pedro Westphalen, que saudou a disponibilidade de Escobar em debater e ouvir o posicionamento dos prestadores.

Na abertura da sua explanação, Escobar apresentou dados sobre a atuação do Ipergs, que atende mais de 1 milhão de beneficiários (exatos 1.024.241) em todo o Estado, e possui mais de 9,4 mil prestadores credenciados, incluindo médicos, hospitais, clínicas e laboratórios.

O Diretor de Saúde externou o trabalho que vem sendo feito internamente na autarquia estadual, como investimentos em tecnologia e qualificação dos processos. Custos na saúde, crise econômica e serviços desnecessários fizeram parte do cenário geral do mercado de saúde apresentado por Escobar, além da adoção de um novo modelo de remuneração de medicamentos, o chamado PRM (Preço de Referência de Medicamentos), cujo estudo foi elaborado na Secretaria da Fazenda, ainda no governo petista de Tarso Genro.

Este é um dos principais temas que vem marcando o relacionamento com os prestadores. A percepção dos prestadores é que o PRM é uma decisão política, mas ela não deve ser efetivada sem ouvir e entender a fundo o impacto no setor. No documento da Fazenda, havia considerações e justificativas que não refletiam a realidade ampla do mercado, o que motivou fortes reclamações por parte dos prestadores. Segundo Escobar, o lado positivo da iniciativa foi a discussão de temas urgentes, através do Grupo de Trabalho Intersetorial, criado especificamente para discutir o tema. Não apenas em relação às situações entendidas como tendo sobrepreço na remuneração, “mas também do subpreço”, referindo-se às defasagens remuneratórias das diárias e taxas que não cobrem atualmente os custos mínimos de muitos serviços.

Segundo Escobar, as reuniões para discutir o novo modelo de relacionamento já definiram algumas prioridades, como a necessidade de “uma maior transparência no Sistema de Financiamento, ou seja, que seja aplicado um valor justo para medicamentos, dietas, diárias e taxas”. O foco na qualidade da assistência prestada, a redução dos custos administrativos, parceria com prestadores, classificação e acreditação dos prestadores, completam os avanços citados pelo diretor do Ipergs.

Na segunda parte da atividade, o diretor executivo da Fehosul, médico Flávio Borges, reconheceu que o Grupo Paritário, retomado no ano passado, após um período de paralisação, “vive um novo e importante momento após a entrada de Alexandre Escobar”. O diretor executivo fez, em nome dos prestadores, um pedido “para que o Ipergs dê atenção aprofundada a cada tipo de serviço de saúde, como as áreas oncológicas e serviços ainda não contemplados, como a fisioterapia. Há grupos setoriais que dependem basicamente de serviços como diárias. Estas diferenças devem ser relevadas também”, disse.

O reajuste, negado ano após ano pelo Ipergs, foi lembrado por Flávio Borges, que defendeu a constante discussão desta pauta. E apresentou informações sobre as  demais negociações com o Ipe-Saúde; tais como TMI e TOPME, Oncologia, Nutrição parenteral/enteral, Reuso de Materiais, Saúde Mental, PIN PAD e Revisão dos critérios de glosas.

Além da preocupação com o PRM, os prestadores demonstraram preocupação com a crise financeira do Estado. “Cada um que está aqui depende em maior ou menor grau do SUS, das operadoras ou Ipergs. Para ilustrar, em relação aos que prestam serviços ao SUS, já acumulamos perdas de mais de R$ 500 milhões de reais. Neste panorama crítico, nós rogamos pela saúde financeira do Ipergs. Se tivermos este revés, por exemplo, se o Estado voltar a não aportar a sua parte ao FAS, como fizeram governos recentes anteriores, estaremos em uma situação inimaginável”, enfatizou Flávio Borges.

Sobre a crise econômica do governo gaúcho, que vem intensamente buscando diminuir os custos e o passivo recebido, Alexandre Escobar entende que “todos devem ter consciência e uma atitude em defesa do Ipergs, assim como defende-se o SUS seguidamente”. E reforçou que a autarquia precisa e está aberta ao diálogo, como é o caso de abrir espaço para novos setores ou especialidades, como é o caso da fisioterapia. “Quando assumi no Ipergs, já tive esta percepção, de que havia carência setoriais e faltava abranger novas especialidades ou serviços”. Ficou acertado que a encontros para adoção de setores não contemplados passarão a ser avaliados e fazer parte da pauta, através da participação dos segmentos, via Fehosul.

Alexandre Escobar respondeu as indagações dos convidados na parte final do encontro. E reforçou que o Ipergs está atuando forte na sua modernização gerencial, visando entregar transparência e abrir novos canais de diálogo. “Discutir propostas sustentáveis para um relacionamento mais justo, que possibilite a entrega de serviços de qualidade aos beneficiários do Ipe-Saúde”, finalizou.

A Fehosul vai promover outras edições do Desafios da Saúde neste ano. As próximas temáticas serão Saúde Suplementar e SUS. As datas serão divulgadas nos próximos dias pelos canais de comunicação do Sistema Fehosul.

Estiveram presentes, entre outros, os seguintes dirigentes e representantes: Adalberto Broecker Neto (Oncosul/Oncologia Centenário), Alandiego Crema (Hospital IOT Passo Fundo), Amauri Henrique Friedrich (ONCOSINOS), Ana Maria Zimmermann (Sindicato dos Hospitais da Região Centro), Ângela Maria Perin (Hospital de Caridade Dr. Astrogildo de Azevedo), Belmonte Juarez Marroni (Clínica Nuclimagem), Cristiane Manfron (Hospital São Lucas PUC), Cristiano Carone (Serviço de Radiologia Clínica Ltda.), Dilnei Garate (Hospital Saúde), Diocélia Jungbluth (Hospital Moinhos de Vento), Fernando Scarpelini Pedroso (Sindicato Região Serrana), Francine Zeni (Hospital Moinhos de Vento), Humberto Godoy (Hospital Tacchini), Ivana Carraro (Clinicon Prevenção Diag. e Trat. Oncologico), Jorge Luiz Nienow (ASSOFISIO), Leonardo Kovalew (Bella Fisio Clínica de Fisioterapia Ltda), Leonardo Van de Broek Júnior (Laboratório Iberleo Ltda), Luciano Mendonça (Hospital Divina Providência), Luis Cesar Leal (SINDILAC), Mariana Scherer Damiani (Laboratório Iberleo Ltda), Marlon Grigol (ASSOFISIO), Odacir Rossato (Hospital Ernesto Dornelles), Tibiriçá Rodrigues (Sindihospa) e Patrícia Ruas (Hospital Mãe de Deus).

Pedro Westphalen, vice-presidente da Fehosul na abertura do Roteiros da Saúde

Flávio Borges fala sobre as preocupações dos prestadores, como PRM e crise econômica do Estado

Flávio Borges fala sobre as preocupações dos prestadores, como PRM e crise econômica do Estado

Perguntas

Prestadores relataram anseios e perspectivas em relação ao relacionamento com o Ipergs

Publico_Final

Dirigentes conversam ao final da atividade

Escobar

Atividade do Sistema Fehosul ocorreu no dia 11, no Hotel Continental, em Porto Alegre

 

 

VEJA TAMBÉM