Durante evento em homenagem ao Dia Mundial da Contracepção na última quinta-feira, 3, a ministra da saúde da França, Marisol Touraine, falou sobre a crise dos anticoncepcionais no país. Segundo ela, os hábitos mudaram, e em 2013 uma a cada cinco francesas trocou de método para evitar a gravidez.

O debate sobre os riscos associados às pílulas anticoncepcionais de terceira geração transformou o comportamento das mulheres francesas. De acordo com reportagem do jornal Le Figaro, nos últimos nove meses 20% das mulheres foram ao ginecologista para considerar outras formas de prevenção de longo prazo, como o DIU e o implante hormonal.

Estatísticas do Ministério da Saúde confirmam o primeiro declínio de prescrições para pílulas de terceira e quarta gerações (que apresentam riscos de trombose venosa profunda), e aumento para as de primeira e segunda gerações.

O grande destaque nesta alteração do comportamento das francesas é o crescimento da procura por dispositivos intra-uterinos (DIU), cujas vendas subiram 26% no último ano. O aumento é significativo entre mulheres que nunca tiveram filhos, categoria até então pouco atraída por este contraceptivo. O DIU é utilizado atualmente por 4% das pacientes entre 20-24 anos (era apenas 2% em 2010) e 16% na faixa dos 25-29 anos (8% em 2010).

Dra. Elizabeth Aubény, presidente da Associação Francesa para a Contracepção, considera o aumento nos pedidos de DIU se dá por ele não transmitir hormônios. “Mais e mais mulheres querem um tratamento mais natural”, conclui.