Estatísticas e Análises | 19 de maio de 2018

Conheça o antibiótico que chega ao Brasil na luta contra superbactérias

Medicamento estará disponível nos próximos dias
Conheça o antibiótico que chega ao Brasil na luta contra superbactérias

No início de 2018, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o antibiótico ceftolozana-tazobactam para o tratamento de infecções causadas por bactérias resistentes a antibióticos, conhecidas como superbactérias. Com o nome comercial de Zerbaxa, o medicamento foi aprovado para o tratamento de infecções intra-abdominais e infecções do trato urinário mais complicadas. A previsão é que o remédio esteja disponível ainda nesta segunda quinzena de maio no país.

Uma das indicações dessa medicação é para tratamento de doenças causadas pela bactéria Pseudomonas aeruginosa, considerada uma das três bactérias mais resistentes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).(Leia: As 12 bactérias mais perigosas para a saúde humana).

Atualmente, a estimativa é que 40% dos casos de infecção pela Pseudomonas aeruginosadetectados no Brasil apresentam resistência aos remédios do tipo carbapenêmicos, como o Meropeném, que é o antibiótico mais usado para tratar infecções graves causadas por esta bactéria. “O antibiótico ceftolozana-tazobactam, atualmente, é considerado a melhor opção para tratar infecções causadas por Pseudomonas aeruginosa. Esse tipo de bactéria sempre foi um desafio para nós, médicos, pois são muito frequentes em ambientes hospitalares, particularmente nas UTI’s”, comenta o infectologista Clóvis Arns da Cunha, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

O Zerbaxa é uma combinação de medicamentos contendo ceftolozane, um antibiótico da classe das cefalosporinas, e tazobactam, um inibidor de beta-lactamase. É desenvolvido pela farmacêutica MSD e é de uso hospitalar para tratar pacientes com infecções intra-abdominais e infecções do trato urinário, ambas de maior complexidade.

De acordo com estudos clínicos, o novo antibiótico demonstrou 87% de eficácia no tratamento de infecções intra-abdominais quando comparado ao tratamento padrão com Meropeném (83%). Já para o tratamento de infecções do trato urinário causadas pelas P. aeruginosa, os números foram ainda mais expressivos, com aproveitamento de 75%, se comparados aos do levofloxacino (47%), que é um dos tratamentos contra esse tipo de infecção.

O medicamento pode causar os seguintes efeitos colaterais: insônia, ansiedade, dor de cabeça, tonturas, diminuição acentuada da pressão arterial, náuseas, diarreia, prisão de ventre, vômito, dor abdominal, vermelhidão na pele, febre ou sensação de falta de ar.

É contraindicado para pessoas com hipersensibilidade às cefalosporinas, beta-lactâmicos ou qualquer outro componente da fórmula. Mulheres em período de gravidez ou amamentação só devem utilizar este antibiótico com orientação do obstetra.

Saiba mais sobre superbactérias:

– Como as superbactérias podem se tornar a principal causa de morte no mundo

– OMS lança guia para combater superbactérias e infecções cirúrgicas

– Combate à superbactérias deve ser feito de forma coordenada entre hospitais e governo

– Estudo mostra novos alertas para evitar o uso excessivo de antibióticos

– Superbactérias criam novos desafios para a cadeia hospitalar

 

Com informações da Veja. Edição do Setor Saúde.

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