Estatísticas e Análises | 22 de maio de 2018

Confirmado caso de chikungunya contraído no Rio Grande do Sul

Secretaria Estadual da Saúde confirma episódio da doença numa moradora de Santiago
Confirmado caso de chikungunya contraído no Rio Grande do Sul

Foi confirmado um caso de chikungunya contraído no estado do Rio Grande do Sul. A informação é do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), órgão da Secretaria Estadual da Saúde (SES/RS). Trata-se de uma moradora do município de Santiago, que não possui histórico recente de viagem para fora do RS. É o primeiro registro autóctone (contraído dentro do estado) da doença no Rio Grande do Sul desde 2016.

Santiago é um dos 280 municípios gaúchos considerados infestados pelo vetor, que também é o responsável por transmitir a dengue e o zika vírus. Além do caso confirmado, outros 10 suspeitos entre moradores da cidade estão sendo investigados pelo Laboratório Central do Estado (Lacen).  A moradora de Santiago também foi examinada para outras doenças, como leptospirose, parvovírus e toxoplasmose, porém todos tiveram resultado negativo. Ela não foi hospitalizada.

Em 2018, já haviam sido confirmados outros dois casos de chikungunya no RS, em residentes de Rio Grande e Gramado. Entretanto, ocorreram com pessoas que tiveram histórico de viagem para outros estados e, assim, são considerados importados. Em 2016, foi feito o último registro de chikungunya de forma autóctone no RS. Já os casos importados são confirmados no Estado desde 2014.

No país, são mais de 15 mil casos confirmados no ano, com maior concentração nos estados de Mato Grosso, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pará e Ceará.

De acordo com a SES/RS, o município está monitorando áreas próximas ao local de trabalho e residência em busca de locais com água parada, onde o mosquito pode se reproduzir. “Além disso, nessa semana, uma equipe da vigilância epidemiológica da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde irá a Santiago para pesquisar prontuários médicos nas Unidades Básicas de Saúde e pronto atendimento em busca de outras pessoas que podem ter procurado atendimento com sintomas semelhantes”, informa o SES/RS.

Dengue – Em 2018, há 459 casos suspeitos de dengue, sendo 10 importados confirmados, 355 descartados e 51 ainda em investigação, de acordo com a SES/RS. Na série histórica até a primeira semana de maio (de 2010 a 2018), este ano, comparado com os anteriores, é o menor em número de casos confirmados até o momento.

Zika – Em 2018, ainda não há comprovação de circulação do Zika vírus no estado. Até a primeira semana de maio, foram notificados 61 casos suspeitos, e nenhum confirmado.

Saiba mais sobre chikungunya

O vírus Chikungunya, o CHIKV, é transmitido pelos mosquitos Aedes aegypti, em ambientes urbanos, e pelo Aedes albopictus nas áreas rurais ou selvagens. Existe a possibilidade da transmissão intrauterina do vírus da mãe para o feto. É uma doença infecciosa febril. Depois de pegar a doença uma vez, a pessoa fica imune pelo resto da vida. A taxa de mortalidade em menores de um ano é de 0,4%, mas a probabilidade aumenta se houver alguma patologia associada.

O nome da doença significa “aqueles que se dobram” no idioma swahili, da Tanzânia, no leste da África, onde ocorreu a primeira epidemia documentada, entre 1952 e 1953. O termo se refere à aparência curvada dos pacientes devido às fortes dores.

Segundo o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz (Bio-Manguinhos/Fiocruz), o primeiro registro de chikungunya no Brasil foi em 2014, após a Copa do Mundo realizada no país.

SintomasFebre acima de 38,5 graus, de início repentino, e dores intensas nas articulações de pés e mãos – dedos, tornozelos e pulsos. Pode ocorrer, também, dor de cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele. Cerca de 30% dos casos não chegam a desenvolver sintomas. O início dos sintomas aparece entre dois a dez dias, podendo chegar a 12 dias. Esse é o chamado período de incubação.

Exames que diagnosticam a doença São três os tipos de testes mais utilizados para diagnosticar a doença: sorologia, PCR em tempo real (RT‐PCR) e isolamento viral. Todas essas técnicas já são utilizadas no Brasil para o diagnóstico de outras doenças e estão disponíveis nos laboratórios de referência da rede pública. Em situações de epidemia a maioria dos casos serão confirmados por critério clínico.

Grupos de risco O vírus pode afetar pessoas de qualquer idade ou sexo, mas os sinais e sintomas podem ser mais graves em recém nascidos de mães virêmicas próximo ao parto, e idosos. Pessoas com doenças crônicas podem ter a doença de base descompensada.

Tratamento Procurar a unidade de saúde mais próxima, imediatamente. A automedicação pode mascarar sintomas, dificultar o diagnóstico e agravar o quadro do paciente. Somente um médico pode receitar medicamentos.  Até o momento não existe um tratamento específico para chikungunya, a terapia utilizada é de suporte sintomático, hidratação e repouso.

Recomendações

  • * Não utilizar AINH (Anti-inflamatório não hormonal) na fase aguada, pelo risco de complicações associados as formas graves de chikungunya (hemorragia e insuficiência renal).
  • * Não utilizar corticoide na fase de aguda da viremia, devido ao risco de complicações.
  • * Não é recomendado usar o ácido acetilsalicílico (AAS) devido ao risco de hemorragia.
  • * Em quanto tempo o paciente se recupera?
  • * Em geral, em dez dias após o início dos sintomas. No entanto, em alguns casos as dores nas articulações podem persistir por meses. Nesses casos, o paciente deve voltar à unidade de saúde para avaliação médica.

Com informações da Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul e Agência Brasil. Edição do Setor Saúde.

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