Estatísticas e Análises, Mundo | 29 de junho de 2015

Anatomia do cérebro define se a pessoa é racional ou emocional

Pesquisa mostra que comportamento é influenciado pela distribuição de neurônios
Anatomia do cérebro define se a pessoa é racional ou emocional

Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Monash (Austrália) encontrou evidências de que a anatomia do cérebro de uma pessoa determina quem é mais disposto a ser racional ou emocional. Em resumo, parece que pessoas (homens e mulheres) racionais e emocionais não diferem apenas em termos de comportamento, mas também quando se trata de como os neurônios são organizados dentro do cérebro.

A equipe liderada por Robert Eres da Faculdade de Ciências Psicológicas da Universidade de Monash, analisou uma série de pesquisas. O trabalho foi publicado em um artigo na revista NeuroImage. O foco da investigação era sobre como as pessoas reagem aos sentimentos dos outros. Algumas pessoas são conhecidas por se sentirem mais emocionadas em relação a alguém, enquanto outros tendem a levar as coisas com mais naturalidade.

“As pessoas que são ricas em empatia afetiva são muitas vezes aquelas que ficam com muito medo quando assistem  a um filme de terror, ou começam a chorar durante uma cena triste”, disse Robert Eres. “Aqueles que têm alta empatia cognitiva são aqueles que são mais racionais. Por exemplo, um psicólogo clínico que aconselha um cliente”.

A equipe mapeou a distribuição de massa cinzenta no cérebro de 176 indivíduos e descobriu que aqueles que tinham empatia afetiva tinham uma densidade maior de neurônios em uma região do cérebro conhecida como a ínsula. Já os que mostraram uma clara tendência para exibir empatia cognitiva (o oposto da empatia afetiva) tinham uma maior densidade de neurônios em outra região do cérebro, no córtex cingulado. Os pesquisadores propõem que a anatomia do cérebro – a distribuição de neurônios – influencia o comportamento na medida em que torna as pessoas mais propícias a agir emocional ou racionalmente em circunstâncias específicas.

Robert Eres e sua equipe planejam estudar ainda mais essa ligação entre a anatomia do cérebro e o comportamento enfático, na esperança de determinar se pode ser possível treinar pessoas para ser mais emocional e menos racional, ou o contrário. Os cientistas também estão interessados ​​em saber se as lesões no cérebro (como AVC) que afetam tanto a ínsula como o córtex cingulado, podem fazer as pessoas mudarem em termos de empatia afetiva e cognitiva.

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