Gestão e Qualidade | 22 de agosto de 2014

Tentativa de golpe contra hospitais e pacientes

Criminosos se passam por representantes de órgão do governo para conseguir informações e extorquir
Tentativa de golpe contra hospitais e pacientes

Uma tentativa de golpe em instituições de saúde da Serra gaúcha tem chamado atenção dos administradores de hospitais. A Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Rio Grande do Sul (FEHOSUL) tomou conhecimento de tentativas de golpe nos hospitais Tacchini (Bento Gonçalves) e São Roque (Carlos Barbosa), envolvendo a solicitação para envio de informações de pacientes para depois extorqui-los.

Pessoas se identificando como médicos, representantes da Central de Regulação de Leitos e do Ministério da Saúde, fazem contato com os estabelecimentos por telefone. “Quem liga, se apresenta como médico dessas entidades. Eles usam uma argumentação típica de quem tem conhecimento”, alertou Humerto Godoy, gerente de relacionamento do hospital Tacchini.

Os criminosos dizem que os dados são para cadastro de pacientes e explicam que o contato com os pacientes visa a realização de uma pesquisa de satisfação de atendimento do SUS. Através dessas informações, ligam para pacientes e familiares com a tentativa de cobrar (através de depósito bancário) valores para pagamento dos exames realizados. As ligações são realizadas de telefones celulares com prefixos de outros estados.

Como existe um procedimento semelhante de informações, referente a regulação de leitos, alguns profissionais podem cair na armadilha e entregar dados sigilosos. “Essa pessoa pede muitas informações sobre os pacientes e, para finalizar, falam em verificação de avaliação de atendimento. Isso não é comum”, destacou Godoy, que desconfiou ao conversar com a pessoa do outro lado da linha. “Já fizemos registro policial em Caxias e em Carlos Barbosa”, revelou.

Casos semelhantes vêm sendo verificados em outras partes do Brasil. A direção da Santa Casa de Cianorte, no Paraná, emitiu na tarde do dia 21 um comunicado para pacientes e familiares explicando como funciona esta nova forma encontrada por criminosos para tirar proveito da situação de fragilidade das pessoas.

A FEHOSUL alerta que dados de pacientes internados ou ex-internados não devem ser repassados, em nenhuma hipótese, já que são protegidos pelo sigilo profissional. Somente por requisição judicial o sigilo pode ser levantado, cabendo ao hospital ou clínica manter sob estrita guarda o prontuário do paciente. A FEHOSUL reforça ainda que pacientes e seus familiares procurem pessoalmente a direção do hospital, se forem cobrados e tiverem dúvida sobre cobranças e possíveis débitos.

 

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