Mundo | 31 de julho de 2015

Presença de metal pesado no tecido cerebral após ressonância magnética provoca alerta nos EUA

Uso de drogas de imagem que contêm gadolínio preocupa vigilância sanitária americana
Presença de metal pesado no tecido cerebral após ressonância magnética provoca alerta nos EUA

A agência reguladora norte-americana, FDA, anunciou que está investigando o risco de depósito de subprodutos no tecido cerebral em pacientes que são submetidos a repetidas sessões de ressonância magnética usando drogas de imagem que contêm gadolínio, um metal pesado.

O órgão não solicitou, por enquanto, alteração de rótulos para os nove medicamentos utilizados no país que contêm o metal. No entanto, “para reduzir o potencial de acumulação de gadolínio”, o alerta sugere que profissionais de saúde “considerem limitar” a sua utilização, além de reexaminar “a necessidade de repetidos exames de ressonância magnética” envolvendo essas drogas.

Os chamados agentes de contraste trazem riscos potenciais aos pacientes. Estudos recentes já comprovaram a presença de gadolínio nos tecidos cerebrais de pacientes, que haviam sido submetidos, pelo menos, a quatro análises por meio de duas das nove substâncias atualmente no mercado. Normalmente, o gadolínio é quase totalmente eliminado do corpo através dos rins após a injeção do fármaco. Porém, estudos recentes descobriram que gadolínio pode permanecer no cérebro mesmo em pacientes cujos rins funcionam normalmente. Não se sabe, contudo, se os níveis de depósito encontrados são prejudiciais.

Agentes de contraste à base de gadolínio melhoram as imagens digitalizadas e são usadas em cerca de um terço das 20 milhões de ressonâncias magnéticas feitas nos EUA, anualmente. O apelo da FDA é para uma limitação do uso dos agentes, para garantir que a “informação adicional fornecida pelo contraste seja necessária”.

Não é a primeira vez que o assunto é pauta da FDA. Em 2007, o órgão ignorou o conselho de dois de seus colaboradores médicos que queriam proibir uma das drogas (Omniscan, da GE Healthcare) para pacientes com doença renal grave. Em 2010, a agência mudou de posição e recomendou que Omniscan e duas outras drogas (Magnevist, da Bayer HealthCare e Optimark da Mallinckrodt Pharmaceuticals) não fossem utilizadas nesse grupo de pacientes.

A FDA afirmou que seu centro de pesquisas de toxicologia “ainda vai estudar o risco de segurança” em conjunto com a indústria farmacêutica e especialistas. As drogas investigadas pela FDA são: Ablavar (gadofosveset trisodium), Dotarem (gadoterate meglumine), Eovist (gadoxetate disodium), Gadavist (gadobutrol), Magnevist (gadopentetate dimeglumine), MultiHance (gadobenate dimeglumine), Omniscan (gadodiamide), OptiMark (gadoversetamide), ProHance (gadoteridol).

Veja a nota oficial (em inglês). 

VEJA TAMBÉM