Gestão e Qualidade | 12 de dezembro de 2016

Unimed de Florianópolis tem dívida de R$ 135 milhões

Após fechamento da Unimed Paulistana e de sérios problemas na do Rio, mais uma importante operadora apresenta dificuldades
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O futuro da Unimed Grande Florianópolis será definido pelos 1,6 mil médicos cooperados em assembleia extraordinária a realizar-se dia 14 de dezembro, que avaliará a venda do seu hospital próprio Unimed. O governo catarinense teria interesse na aquisição,  que poderá sanar a elevada dívida de R$ 135 milhões da Unimed Grande Florianópolis. As informações são do colunista Rafael Martini, do jornal Diário Catarinense.

O presidente do Conselho de Administração da Unimed Grande Florianópolis, médico Théo Bub, explicou que a cooperativa avalia propostas de potenciais interessados. Outra possibilidade analisada, caso não ocorra a venda do ativo,  é que cada um dos 1,6 mil médicos associados paguem uma cota individual de R$ 70 mil.

A situação da Unimed Grande Florianópolis se junta a de outras Unimed’s do Brasil. No Rio, a operadora atua sob intervenção técnica da ANS . A Unimed Paulistana encerrou suas atividades neste ano. 

Dos R$ 135 milhões de endividamento da cooperativa, 95% são oriundos do dinheiro aplicado no hospital situado no município  de São José, vizinho a Florianópolis. O investimento foi de R$ 110 milhões a partir de 2012, quando a cooperativa adquiriu o prédio em construção para transformá-lo em hospital, que foi inaugurado em 2014 e possui 144 leitos. “O financiamento à época para bancar a estrutura hospitalar foi feito com juros de 7% ao mês e atualmente já estaria em 14%, transformando-se em uma bola de neve que pode inviabilizar toda a operação na Grande Florianópolis”.

Atualmente, a Unimed  atende 250 mil beneficiários na região. Ainda segundo o Diário Catarinense, o temor entre os médicos cooperados é que, caso não se realize uma reengenharia financeira urgente, o futuro da cooperativa pode ser o mesmo da Unimed Rio e São Paulo.

“Caso avance a negociação com o Estado, informa o presidente da Unimed, o BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul) dispõe de linha de crédito específica para a compra, o que não provocaria ônus para os cofres públicos de SC. Theo reitera que caso a transação venha a se concretizar, o governo não teria qualquer ônus,no momento, isto porque o projeto está aprovado pelo BRDE. O valor da compra é mantido em segredo e as conversações com a Secretaria de Estado da Saúde, de acordo com o presidente, iniciaram-se há cerca de dois meses”, diz o colunista.

As negociações com o governo do Estado correm o risco de sofrer resistência, uma vez que podem comprometer as contas públicas, mesmo com o modelo de financiamento via BRDE.

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