Mundo | 25 de maio de 2020

Testes com hidroxicloroquina são suspensos temporariamente pela OMS

Segundo entidade, dados de segurança passam por revisão
Testes com hidroxicloroquina são suspensos temporariamente pela OMS

Os testes com a cloroquina e seu derivado hidroxicloroquina em pacientes com Covid-19, conduzidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a partir do projeto Solidarity, foram suspensos temporariamente. Segundo a OMS, a decisão foi em razão de questões de segurança. Porém, a entidade não detalhou pontualmente estes motivos, apenas disse que a decisão foi tomada para que ocorra uma revisão de dados sobre a segurança dos medicamentos.


O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, disse na segunda-feira, 25, que “o grupo executivo decidiu implementar uma pausa temporária do estudo da hidroxicloroquina no projeto Solidarity, enquanto os dados de segurança são revisados pelo conselho de monitoramento de segurança de dados. ”


O estudo global Solidarity avalia as principais opções de tratamento, como o Remdesivir; Lopinavir / Ritonavir; Lopinavir / Ritonavir com interferon beta-1a; e a hidroxicloroquina. O projeto conta com mais de 400 hospitais parceiros em 35 países.

A OMS já vinha indicando ser contrária ao uso da cloroquina e seu derivado hidroxicloroquina, defendendo o uso somente para ensaios clínicos.

Estudo da Lancet

Um dos principais defensores dos medicamentos, Didier Raoult, médico e pesquisador do l’Institut Hospitalo-Universitaire Méditerranée (Marselha, França), rejeitou os resultados de um estudo recente da Lancet (com 96 mil pacientes), divulgado na sexta-feira (22).


“Como um estudo confuso feito com ‘big data’ pode mudar o que vemos [na prática]? indagou em um vídeo publicado no canal oficial do Instituto. “ Não sei se em outros lugares a hidroxicloroquina mata, mas aqui ela salva vidas… tivemos 4 mil pessoas passando pelo nosso hospital, você não acha que vou mudar porque há pessoas que fazem big data”, disse ele.


didier

Brasil

No Brasil, o governo liberou o uso em todas as fases da doença, desde que com o consentimento do paciente. Na quarta-feira (20), o Ministério da Saúde incluiu a cloroquina e a hidroxicloroquina no protocolo de tratamento para pacientes com sintomas leves de covid-19. De acordo com o documento divulgado pela pasta, cabe ao médico a decisão sobre prescrever ou não a substância, sendo necessária também a vontade declarada do paciente, com a assinatura do Termo de Ciência e Consentimento.

O governo alerta que, apesar de serem medicações utilizadas em diversos protocolos e de terem atividade in vitro demonstrada contra o coronavírus, ainda não há resultados de “ensaios clínicos multicêntricos, controlados, cegos e randomizados que comprovem o benefício inequívoco dessas medicações para o tratamento da covid-19”.

Entidades médicas também se manisfestaram contrárias ao uso, leia em Entidades médicas lançam parecer sobre o uso de Cloroquina e Hidroxicloroquina

 

 

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