A proposta do governo federal de trazer médicos estrangeiros para atuarem em cidades do Interior e periferias das regiões metropolitanas segue sendo motivo de descontentamento entre os profissionais da área. Ao longo desta quarta-feira, 3, protestos estão marcados em diversos locais do País.

A mobilização nacional reivindica mais recursos para a saúde e a implementação de uma carreira médica estatal, semelhante à de juízes e promotores. Atualmente, 4,4% do orçamento é destinado à saúde e o movimento “Saúde + 10” luta para arrecadar 1,5 milhão de assinaturas para aumentar este montante para 10%. De acordo com o presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Dr. Paulo Argollo Mendes, a proposta do governo é uma “enganação” e não atende às demandas realmente necessárias.

“O governo está apostando em uma mentira. Médicos estrangeiros irão resolver o problema”, criticou. Para ele, a abertura de edital para profissionais de outros países (basicamente cubanos), sem a realização de uma prova de conhecimentos, pode desqualificar o atendimento da população.

O Ministério da Saúde, por sua vez, argumenta que em 2013 foram abertas 13 mil vagas através do Provab e apenas três mil acabaram sendo preenchidas. Assim, 10 mil médicos seriam contratados de fora do país para atender à demanda de municípios do Interior e periferias de metrópoles.

No Rio Grande do Sul, sete cidades organizaram protestos para o decorrer desta quarta-feira, como forma de criticar a proposta do governo federal:

Porto Alegre – 16h, no Museu de Histórica da Medicina (Avenida Independência, 270). Caminhada até a Praça da Matriz.

Caxias do Sul – 16h, no Monumento do Imigrante. Caminhada até a Avenida Júlio de Castilhos.

Passo Fundo – 12h, em frente à faculdade de Medicina. Caminhada até a Secretaria Municipal da Saúde.

Pelotas – 16h30min, em frente à prefeitura.

Rio Grande – 16h, na Furg.

Santa Maria – 14h, na praça Saldanha Marinho.

Santa Cruz do Sul – 11h, na praça Getúlio Vargas.