Mundo | 15 de agosto de 2014

População brasileira consome mais que o dobro de sal recomendado pela OMS

Acordo com indústrias retirou quase 1,3 mil toneladas de sódio de produtos
Sal

O governo federal firmou acordos com a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (Abia) para reduzir gradativamente as quantidades de sal presentes em alimentos industrializados. O primeiro resultado foi divulgado em agosto e mostrou que 1.295 toneladas de sódio foram retiradas, entre 2011 e 2012, apenas de três classes de alimentos: pães de forma, bisnaguinhas e massas instantâneas.

Estima-se que o consumo médio do brasileiro seja de 12g de sal por dia, mais do que o dobro dos 5g diários recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Os altos índices de sódio na alimentação preocupam o governo brasileiro e motivam iniciativas de saúde pública para controlar o consumo excessivo. Mesmo com quase 1,3 mil toneladas retiradas da mesa da população, os números seguem preocupantes.

Quase metade dos brasileiros (48,6%) considera seu consumo diário como “médio”, de acordo com dados da pesquisa Vigitel 2013 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) e divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Esses fatores fazem com que cerca de um quarto da população sofra de hipertensão arterial, uma das consequências do excesso de sódio na dieta. O excesso de sal também está ligado ao aumento no risco de doenças como hipertensão, doenças cardiovasculares e renais. Essas enfermidades são responsáveis por até 72% das mortes no Brasil, sendo diretamente ligadas a um terço dos óbitos em pessoas com menos de 60 anos, segundo o Ministério da Saúde.

Outras 13 categorias de alimentos estão no plano de redução, mas ainda não foram afetadas. Um pacto assinado em 2012 incluiu entre os itens: temperos, caldos, cereais matinais e margarinas vegetais, empanados, hambúrgueres, três tipos de linguiças, mortadela, apresuntados, queijo mussarela, requeijão e sopas instantâneas.

Para alcançar a meta considerada saudável pela OMS, o governo pretende reduzir em 28,5 mil toneladas a presença de sódio na dieta dos brasileiros até 2020. A previsão é que a retirada deste item alcance mais de 1,8 mil toneladas até o fim deste ano. Isso deve resultar, ao longo prazo, em menores casos de óbito por doenças Crônicas Não Transmissíveis, como infarto e AVC. Se o consumo de sódio for reduzido a quantidade recomendada pela OMS, mortes por AVC podem diminuir em 15%, e as mortes por infarto em 10%.

 

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