Mundo | 6 de setembro de 2013

Hipertensão distingue pacientes de alta e baixa renda

Falta de informação e medicamentos caros são grandes responsáveis pela diferença no controle da doença
hipertensao

A hipertensão, principal causa de doença cardiovascular, que mata cerca de 7,6 milhões de pessoas anualmente no mundo, tem forte ligação com o poder aquisitivo dos pacientes. Um estudo publicado pelo JAMA (sigla em inglês para Jornal da Associação Médica Americana), feito pela McMaster University (Canadá), que contou com mais de 150 mil pessoas de 17 países, detectou uma grande diferença no controle da enfermidade, de acordo com a renda do paciente.

Conforme a avaliação da coordenadora da pesquisa, Clara K. Chow, o resultado leva à conclusão de que existe uma grande distância entre a detecção e o controle da doença em todos os países.Ao avaliar um grupo de 153.996 adultos entre 35 e 70 anos, foi possível demonstrar que mais da metade dos participantes com hipertensão são conscientes da sua situação, sendo que um terço tem a pressão arterial controlada.

Os participantes da pesquisa (feita entre janeiro de 2003 e dezembro de 2009) eram oriundos de 628 comunidades, de três países de alta renda; dez países de renda média; e quatro países de baixa renda. Destes, 40,8% tinham hipertensão e 46,5% estavam cientes do diagnóstico. Cerca de 46,5% dos que conheciam sua situação de hipertenso, 87,5% estavam recebendo tratamento farmacológico, mas só 32,5% o fizeram da forma correta e mantiveram a pressão arterial controlada. A maioria dos que seguiram rigorosamente o tratamento eram de países de alta renda.

Fato destacado pelos estudiosos é que o conhecimento, o tratamento e o controle apresentaram níveis menores em países de baixa renda. Por outro lado, apesar de serem detectadas as maiores taxas de hipertensão em homens, mulheres parecem ter mais consciência do tratamento e da importância do controle da pressão sanguínea.

A falta de informação de algumas regiões (de renda mais baixa) aumenta a incidência da doença, e a pesquisa mostra a importância do esclarecimento para diminuir a quantidade de mortes por hipertensão. Apesar de ser possível fazer tal identificação – em nível nacional e global –, o grande problema segue sendo a pouca oferta de medicamentos baratos e eficazes.

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