O Grupo NotreDame Intermédica (GNDI) confirmou a aquisição do CCG Saúde, após acordo firmado na noite de sexta-feira, dia 4 de junho. Com cerca de 6,3 milhões de beneficiários e capital aberto na bolsa de valores, o GNDI já estava presente em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e, a partir de agora, também tem estrutura própria no Rio Grande do Sul. A venda do CCG Saúde envolve 100% das ações da operadora, em negócio fechado pelo valor de R$ 1,06 bilhão.

As duas operações já tinham seus valores e missão alinhados: levar uma saúde de qualidade acessível a gerações de brasileiros, a partir da medicina de valor e de um modelo verticalizado de medicina. A aquisição por parte do GNDI é vista como fase natural do processo de expansão do CCG Saúde, que em 2019 havia vendido uma fatia minoritária a Kinea, gestora de private equity do Itaú. O CCG Saúde completou 30 anos de atividades no dia 30 de abril.

Os clientes dos planos de saúde do CCG seguirão contando com toda a estrutura e benefícios já acordados. Da mesma forma, a atual equipe do CCG Saúde seguirá atendendo os hoje mais de 200 mil beneficiários, que ainda neste mês de junho passarão a ter à disposição o mais novo hospital de Porto Alegre, o Humaniza. O empreendimento está localizado em uma das regiões mais estratégicas de Porto Alegre, na Rua Ramiro Barcelos, 621, no bairro Floresta. O local conta com 12 mil m², distribuídos em nove andares. Para contribuir com a concepção do hospital, o CCG Saúde conta com a consultoria de um dos mais renomados centros de medicina no mundo, o  Hospital Israelita Albert Einstein. A estrutura terá 110 leitos inicialmente, podendo chegar a 220 futuramente.

O CCG Saúde possui mais de 20 unidades próprias de atendimento entre Porto Alegre, Região Metropolitana e Vale dos Sinos, além de oferecer uma cobertura em todo território nacional por meio do vínculo com a Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde). Conforme a CCG Saúde, “com mais de 200 mil beneficiários, a empresa vem incorporando novas tecnologias, novos produtos, clínicas mais completas e serviços mais resolutivos – sempre norteada pela preservação da saúde e da qualidade de vida das pessoas, a partir de um atendimento profissional, ético, humano e personalizado.”

Em Fato Relevante o GNDI diz que a CCG Saúde “registrou, no ano de 2020, faturamento líquido consolidado de R$ 371 milhões com sinistralidade caixa (Cash MLR) de 70,3%. Com a transação, a GNDI expande seu posicionamento estratégico, com a entrada no Estado do Rio Grande do Sul através de uma plataforma que possui compromisso com a qualidade de seus serviços, trazendo relevante potencial de expansão regional, bem como oportunidades de sinergias operacionais e administrativas. O preço de aquisição representará um múltiplo implícito estimado de 9,8x EBITDA 2022, quando consideradas as sinergias planejadas. Após a conclusão da Transação, o GNDI passará a deter um market share aproximado de 13,6% na região metropolitana de Porto Alegre.”

“Essa aquisição é mais uma demonstração da continuidade da estratégia de crescimento e de fortalecimento da rede própria, reforçando o compromisso com a criação de valor para seus acionistas, clientes e sociedade”, completa o documento.

A transação ainda depende da aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e pela Agência Nacional de Saúde (ANS).

GNDI

Em 2014, o fundo de investimentos norte-americano Bain Capital assumiu o controle acionário do GNDI. Em abril de 2018, o Grupo realizou um bem-sucedido IPO (Oferta Pública Inicial em inglês). Com isso, a Empresa fortaleceu os amplos investimentos em capital humano e infraestrutura, inovação em processos administrativos e assistenciais, tecnologia nos procedimentos médicos e qualidade dos serviços prestados.

Gigante da saúde nacional

Em fevereiro de 2021, as operadoras Hapvida  e a GNDI finalizaram os detalhes finais do acordo de fusão de operações que criará uma gigante da  saúde nacional – e uma das maiores da área da saúde no mundo. A operação das empresas verticalizadas foi a maior fusão entre duas empresas brasileiras desde 2008, quando ocorreu a fusão entre Itaú e Unibanco (R$ 85 bilhões, em valores da época). O processo de fusão segue em andamento.