Mundo | 12 de junho de 2013

Gonorreia resiste a quase todos os medicamentos

Estudos mostram que a bactéria tem conseguido evoluir e ficar imune aos atuais tratamentos
Gonorreia resiste a quase todos os medicamentos

Os casos de gonorreia resistentes a medicamentos como cefixima (que está na primeira linha de antibióticos) aumentaram seis vezes em sete anos, no Reino Unido. Os dados foram divulgados na última terça-feira, 11, pela Agência de Proteção à Saúde do Reino Unido (U.K.’s Health Protection Agency) na revista especializada em medicina, The Lancet Infectious Diseases.

A gonorreia é a segunda doença sexualmente transmissível mais comum. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o Brasil conta com mais de 1,5 milhão de casos. Uma disseminação da doença, com maior imunidade em relação a medicamentos, é uma tendência mundial e tem crescido pela Europa, Ásia e América do Norte.

A dificuldade no combate tem se intensificado há 60 anos. Desde o início do uso da antibióticoterapia  – como penicilina, ampicilina, tetraciclina e doxiciclina –, a gonorreia tem se diversificado e, gradualmente, ficado mais resistente.

Atualmente, só a ceftriaxona (injetada no músculo) e a cefixima (com tratamento via oral) são utilizadas, sendo que a última parece ter perdido efeito em casos registrados nos EUA e Reino Unido. Em janeiro de 2013, o Canadá também teve confirmado o primeiro caso semelhante.

Na mais recente pesquisa na Grã-Bretanha, a eficácia de medicamentos foi analisada em um grupo com mais de sete mil ingleses e galeses. Cerca de 10,8% dos pacientes não deram resposta a doses normais de cefixima. Como o antibiótico é da mesma classe da ceftriaxona, os especialistas temem que a bactéria seja capaz de vencer ambas, o que geraria uma corrida em busca por novos medicamentos.

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