14 de março de 2016

Semana de Prevenção à Disfagia – Porto Alegre (Santa Casa de Misericórdia)

Semana de Prevenção à Disfagia acontece na Santa Casa
Entre os dias 14 e 17 de março, a Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre realiza a Semana de Prevenção à Disfagia, com atividades gratuitas de orientações aos pacientes do hospital, além de uma série de palestras educativas para os profissionais da saúde e demais interessados no tema.

No início dos turnos da manhã e da tarde, de hoje a quinta-feira, as recepções dos ambulatórios do Hospital Santa Rita contarão com profissionais da instituição que irão divulgar informações em linguagem informal para leigos sobre o que é a disfagia, como ela ocorre e suas opções de tratamento. “A atividade contará com uma pequena explanação feita pelas residentes da Fonoaudiologia para grupos de pacientes nas salas de espera dos ambulatórios, explicando e tirando dúvidas sobre o tema. Os ouvintes também serão convidados a assistir as palestras do dia 18, gratuitamente”, informa a fonoaudióloga da Santa Casa Vera Martins.

No dia 18, das 10h às 12h, ocorrerá a Oficina de Gastronomia para Disfágicos. São 20 vagas disponíveis e as inscrições custam R$ 30. Informações nos telefones 3213-7431 e 3213-7420. Neste mesmo dia, das 13h às 18h, uma série de palestras sobre variados temas referentes à disfagia acontecem gratuitamente no Auditório do Hospital Santa Rita (Av. Independência, 75 – 3º andar). serão abordados temas como Pediatria e Disfagia, Nutrição e Disfagia e Fisioterapia e Disfagia. Em anexo está a programação completa.
Você já ouviu falar em disfagia? Se você não tem conhecimento do que se trata esta doença, confira informações sobre este problema

que atinge crianças, adultos e idosos.
O que é? Disfagia é a dificuldade para engolir alimentos, líquidos ou saliva em qualquer etapa do trajeto da boca ao estômago. É um sintoma que afeta ou aumenta o risco de comprometimento do estado nutricional e hídrico, saúde geral e impacto negativo na qualidade de vida. A disfagia pode ocorrer em qualquer fase da vida:
Crianças: bebês prematuros, má formação do sistema digestivo, fissura labiopalatina, síndromes (como a de Down, por exemplo), e doenças neurológicas.
Adultos: doenças neurológicas, traumatismos crânioencefálicos, alterações mecânicas (câncer de cabeça e pescoço, queimaduras, refluxo gastroesofágico, doenças cardíacas).
Idosos: são os mais suscetíveis à disfagia, pois os fatores acima mencionados podem estar associados a algumas mudanças naturais decorrentes do envelhecimento, que favorecem dificuldade para deglutir como, por exemplo, a perda de força muscular e a redução de velocidade, precisão e coordenação dos movimentos.
Quais os sintomas? Os sintomas são diversos, entre eles: dificuldade de mastigar, preparar e manter o alimento dentro da boca, dor e tempo prolongado para engolir, necessidade de engolir várias vezes para o alimento, líquido ou saliva descer, restos de comida dentro da boca após engolir, sensação de alimento parado na garganta, escape de alimento pelo nariz durante a alimentação. Outras sensações também podem ser sentidas: mudança na voz após engolir, mudança da cor da pele durante ou após a alimentação (palidez/cianose ou “pele roxa”), tosse ou pigarro constante durante a alimentação, engasgos frequentes durante as refeições ou ao deglutir saliva, falta de ar, perda de peso, pneumonias de repetição, falta de interesse em se alimentar e necessidade de mudanças na consistência dos alimentos.
Como se previne? Alimentar-se em posição confortável, de preferência sentado, e em ritmo e velocidade confortáveis e seguros podem diminuir o risco da disfagia. Também é interessante evitar distrações durante a refeição, e, ao identificar consistências alimentares que causam dificuldades, procurar equipe de saúde para que as adaptações necessárias sejam feitas.
Como é o tratamento? O tratamento da disfagia é multidisciplinar e nele estão envolvidos médicos, fonoaudiólogos, nutricionistas, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e assistentes sociais.
Para quais complicações a disfagia pode evoluir? A disfagia pode aumentar o risco de pneumonia aspirativa e causar debilidade de saúde geral, causada pela desnutrição e desidratação. Ela causa um impacto negativo na qualidade de vida do paciente, com perda do interesse e do prazer em alimentar-se. Pode aumentar também o tempo de internação hospitalar, o que representa maior risco de infecções, podendo levar até mesmo à morte.
Ocorrência da disfagia:
– Entre 16 e 22% da população apresentam problemas de deglutição, mas não procuram ajuda.
– Ocorre em 50% dos pacientes que tiveram acidente vascular encefálico;
– Em 85% dos pacientes que tiveram paralisia cerebral;
– Em 45% dos pacientes que apresentam câncer de cabeça e pescoço;
– Em 52 a 82% dos pacientes com doenças degenerativas;
– Em 27,2% dos idosos residentes na comunidade. Esse número aumenta para 47,5% quando são idosos com histórico de hospitalização e 52,7% se forem residentes de instituições de longa permanência.

Se você perceber sinais ou sintomas de disfagia procure rapidamente uma equipe de saúde para que o diagnóstico e tratamento corretos sejam feitos. Quanto antes você buscar ajuda, mais chances de sucesso no diagnóstico e tratamento” – Vera Martins, fonoaudióloga da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.