O jornal britânico Daily Mail publicou recente pesquisa que questiona o consumo de bebidas probióticas. As “bactérias boas” presentes em componentes desses alimentos industrializados – como leites fermentados, iogurtes, ou até mesmo em pó ou em cápsulas – são consideradas importantes para garantir o funcionamento normal do intestino, mas o estudo diz que, em muitos casos, o produto não traz nenhum benefício à saúde.

As bebidas probióticas são definidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como “organismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefício à saúde do hospedeiro”, e têm como principais funções o equilíbrio bacteriano intestinal, controle do colesterol, de diarreias e redução do risco de câncer.

Cientistas da University College London realizaram três testes com oito produtos probióticos vendidos na Inglaterra e descobriram que apenas um, o Symprove, foi aprovado. Os pesquisadores analisaram a quantidade de bactérias que os rótulos afirmavam ter; se as bactérias que sobrevivem conseguiam passar pelo ambiente ácido do estômago; e se elas agiam no intestino delgado. Em alguns produtos, a chamada “bactéria boa”, que auxiliaria o processo de digestão, mal chega ao intestino delgado.

Quatro bebidas (50%) não passaram em nenhum dos três testes: Align, Bio Balance, Bio-Kult e Probio7. O mais conhecido dos brasileiros, o Yakult, contém bactéria em quantidade suficiente, mas falhou nos outros dois testes, enquanto o Actimel ficou aquém do número de bactérias que sobrevivem no estômago.

Simon Gaisford, autor do estudo, afirma que os probióticos em forma líquida são mais eficientes dos que os vendidos em cápsulas. Ele recomenda consumir em jejum, ao acordar, pelo menos dez minutos antes de comer. Assim, se reduz a chance de as bactérias benéficas serem mortas pelos fluidos do estômago.