Mundo | 18 de dezembro de 2013

Eficácia de sabonetes bactericidas é questionada pela FDA

Agência norte-americana pede estudos que mostrem os benefícios do uso do produto
bactérias

Os sabonetes bactericidas, que teoricamente ajudariam a evitar a proliferação de germes, podem na realidade trazer riscos decorrentes do seu uso. A afirmação é da FDA (Agência reguladora dos EUA), que depois de mais de quatro décadas de estudos, não tem provas da eficácia do produto.

A FDA vai revisar pesquisas relacionadas a químicos como o tricolosano, que poderia interferir em níveis hormonais e estimular o crescimento de bactérias resistente a alguns remédios.

Há 20 anos as empresas adicionam o triclosano (encontrado em 75% dos sabões bactericidas) em milhares de produtos para uso doméstico, destacando propriedades antigermes que, de fato, não garantiriam maior proteção. As mudanças devem atingir mais do que os artigos de higiene, mas também facas de cozinha, brinquedos, pastas de dentes e outros produtos revestidos com bactericidas.

A preocupação vai ao encontro de pesquisadores que questionam, há anos, a qualidade dos sabonetes. Segundo alguns, além de ineficazes, eles seriam uma ameaça à saúde pública. “A FDA finalmente está pedindo que a indústria mostre que esses produtos são melhores do que água e sabão comum”, afirmou o microbiologista Stuart Levy, da Universidade Tufts, em entrevista à Associated Press.

A regra proposta na última terça-feira, 17, solicita que os fabricantes demonstrem que os sabonetes bactericidas são seguros e mais eficazes do que a limpeza com um produto normal. Os que não fizerem a comprovação até o fim de 2016 precisarão reformular seus produtos, que devem ganhar novo rótulo. Caso contrário, serão removidos do mercado. Para se adaptarem às novas regras, a FDA estima que as empresas gastem entre U$ 112,2 milhões a US$ 368,8 milhões.

 

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