Mundo | 20 de junho de 2014

Efeitos e seqüelas causados pelo câncer e seu tratamento

Fadiga, falta de libido e diminuição da renda são identificados em pacientes
Efeitos e seqüelas causados pelo câncer e seu tratamento

O Instituto Nacional do Câncer da França publicou o relatório “A vida dois anos após o diagnóstico de câncer” em que mostra que 60% das mulheres e 37% dos homens admitem que o cansaço permanece, mesmo após um longo período.

Os estudiosos descobriram que o tumor que menos gera fadiga é o de próstata (30% ainda se queixam após dois anos do diagnóstico) e o mais exaustivo é o de pulmão (70%). Esse sintoma é associado a dores e seqüelas causadas pela doença e seu tratamento.

A fadiga impacta em questões como emprego, relações sociais, humor e atividades diárias, resultando em uma acentuada deterioração da qualidade de vida, além de ser associada a uma menor sobrevida.

O relatório diz que 6% dos entrevistados consideram que “começar uma família é um grande desafio no pós-câncer”, quando diagnosticado entre 15 e 44 anos. Mais de 30% das pessoas com menos de 45 anos desiste do projeto de ter um filho ao saber do tumor.

A crioconservação (processo onde células ou tecidos biológicos são preservados através do congelamento) de gametas foi realizada em apenas 15,8% dos homens que eram férteis no momento do diagnóstico, e apenas 2% de mulheres, em que as técnicas requeridas são mais complexas. A existência de um projeto desse tipo no momento do diagnóstico não influenciou a escolha do tratamento para apenas 5% dos homens. Para mulheres, a porcentagem foi de 16%.

A vida de casado é preservada durante a doença, especialmente para os homens: dois anos após o diagnóstico, 84% deles (e 69% das mulheres) ainda viviam com a mesma pessoa. A sexualidade, no entanto, sofre: 53% dos pacientes tiveram diminuição da libido (ou o seu desaparecimento, em 22% dos casos). Entre os homens, metade admitiram fazer menos sexo do que antes (as mulheres, 41%), e 40% deles estavam insatisfeitos nesse quesito (mais do que os 24% das mulheres). Contudo, apenas 40% dos homens e 60% das mulheres não têm buscado resolver a questão; enquanto 17% dos homens e 24% das mulheres não querem falar sobre isso.

A descoberta da doença não é uma boa notícia para a renda familiar. Em 2010, no momento do diagnóstico, 20% dos pacientes foram considerados pobres (com renda inferior a € 1 mil). Dois anos depois, 25,1% dos pacientes eram pobres. Os dados mostram também que a perda de emprego não é a única causa da renda reduzida, e pode ser associada a uma redução do tempo de trabalho.

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