Mundo | 20 de junho de 2013

Chips para substituir ratos de laboratório

Tecnologia vem sendo desenvolvida e atualmente pulmões artificiais ajudam em pesquisas
Chips para substituir ratos de laboratório

Está próximo o momento de acabarem os testes de laboratório com ratos. Cientistas e empresas começam a trabalhar com chips que funcionam como órgãos e fazem uma leitura complexa sobre os efeitos de um medicamento.

Os aparelhos são divididos em partes que compõem um órgão humano, cada uma imitando as suas funções específicas. O órgão artificial possui canais de vácuo nas laterais e de ar no centro, que se contraem ritmicamente simulando a respiração. Há também células humanas, membrana porosa e vasos sanguíneos.

Em reportagem do The Wall Street Journal, o coordenador do departamento de engenharia biomédica da Cornell University, Michael Shuler, revelou que “Atualmente estamos em vias de ter um sistema com 10 órgãos interligados”.

Os laboratórios da Merck (EUA) estão trabalhando em um microchip que se assemelha a um pulmão, para buscar um tratamento para asma. Os pesquisadores tentam entender melhor como funciona a biologia da doença e, assim, buscar novas possíveis curas.

Outra potencia farmacêutica, a GlaxoSmithKline, testou remédios para edema pulmonar em um pulmão artificial e descobriu que o resultado foi idêntico ao realizado com cães e ratos. A Universidade de Harvard também testou um chip-pulmão em 2010. Ao infectá-lo, as células imunes atacaram as bactérias invasoras, da mesma forma que o órgão natural faz.

O órgão regulador norte-americano, Food and Drug Administration (FDA), vê com bons olhos a alternativa tecnológica, mas ressalta que ainda não se pode eliminar os testes com animais. “Há muito trabalho a ser feito até termos segurança para avaliar a eficácia de um medicamento como temos com os padrões atuais. Mas vemos potencial na ideia”, comentou Douglas Throckmorton, vice-diretor da FDA.

Apenas um em cada dez mil compostos descobertos em laboratório acaba recebendo aprovação para uso em pacientes, geralmente após mais de uma década de pesquisa e desenvolvimento e com custos milionários. Com uma ferramenta que reproduza as ações e reações humanas (mais fielmente do que outros animais), os chips seriam um caminho mais rápido e econômico até a aprovação de uma nova droga.

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