Tecnologia e Inovação | 16 de agosto de 2016

Anvisa libera medicamento inédito para tratar colesterol alto

Opção para pacientes que não conseguem baixar níveis de colesterol com outros tratamentos
Anvisa libera medicamento inédito para tratar colesterol alto

A Anvisa aprovou um novo medicamento biológico para o controle dos níveis de colesterol. Trata-se do produto biológico alirocumabe, que teve seu registro publicado na segunda-feira, 15 de agosto. O medicamento poderá ser uma nova alternativa para pacientes que não conseguem controlar os níveis de colesterol com os medicamentos atualmente disponíveis.

É um medicamento injetável, com aplicação subcutânea por meio de caneta aplicadora.

O medicamento foi registrado na Anvisa pelo laboratório Sanofi Aventis, com a marca Praluent, e já havia sido aprovado nos Estados Unidos, União Europeia, Canadá, México e Japão.

O tratamento com o Praluent (alirocumabe) foi aprovado com duas indicações específicas na bula:

Adultos com hipercolesterolemia primária (familiar heterozigótica e não familiar) ou dislipidemia mista, como adjuvante à dieta;

Pacientes incapazes de atingir os níveis alvos predefinidos da lipoproteína de baixa densidade (LDL-C) com o máximo de dose de estatina tolerada, em combinação à estatina ou à estatina associada a outras terapias hipolipemiantes, ou pacientes intolerantes a estatina, seja como monoterapia ou em associação a outra terapia hipolipemiante.

“Trata-se de uma inovação para o tratamento do colesterol alto 30 anos depois do surgimento das estatinas, que em breve estará disponível aos pacientes brasileiros”, afirma Pius Hornstein, diretor-geral da Sanofi no Brasil.

Praluent é um anticorpo monoclonal que pertence a uma nova classe de medicamentos – os inibidores da PCSK9. A PCSK9 (pró-proteína convertase subtilisina/quexina tipo 9) é uma proteína presente no sangue que provoca a redução do número de receptores de colesterol LDL (LDL-C) nas células do fígado, aumentando dessa forma o LDL-C na circulação. Por ser um anticorpo monoclonal, PraluentTM identifica e inibe a PCSK9 de forma específica. A redução da PCSK9 circulante no sangue leva ao aumento dos receptores de LDL nas células do fígado, aumentando assim a remoção do LDL-C da corrente sanguínea. “O medicamento foi desenvolvido com modernas técnicas de engenharia genética e proporcionará tratamento eficiente ao paciente com colesterol alto, incapaz de atingir sua meta exclusivamente com as estatinas”, explica a cardiologista Luciana Giangrande, diretora médica da Sanofi.

Praluent é indicado para o tratamento de pacientes adultos com colesterol LDL elevado que não conseguem atingir suas metas mesmo em terapia com estatinas nas doses máximas toleradas, incluindo os portadores de hipercolesterolemia familiar heterozigótica. A hipercolesterolemia familiar heterozigótica é um quadro genético frequente, caracterizado por níveis muito elevados de colesterol LDL e alto risco cardiovascular. O tratamento com Praluent se soma às estatinas e à dieta para o controle do colesterol LDL.

Apesar do tratamento padrão vigente com estatinas para baixar o colesterol, muitas pessoas continuam a apresentar controle inadequado do colesterol LDL, incluindo aqueles com hipercolesterolemia familiar, alto risco cardiovascular ou histórico de intolerância a estatinas. “Nos estudos clínicos do programa ODYSSEY, alirocumabe reduziu o colesterol LDL em cerca de 60%, em comparação com o tratamento padrão com estatinas”, destaca Luciana.

O ODYSSEY é um dos programas de estudos clínicos mais abrangentes já realizados para o registro inicial de um medicamento para redução do colesterol LDL. Ao todo, o programa inclui 16 estudos globais de Fase 3 que, quando concluídos, terão avaliado cerca de 25 mil pacientes em mais de 2 mil centros de pesquisa em todo o mundo. A capacidade do alirocumabe de reduzir eventos cardiovasculares (infartos e derrames) está sendo investigada no estudo ODYSSEY OUTCOMES em andamento e com resultados previstos para começo de 2018. O Brasil participa do ODYSSEY OUTCOMES com 928 pacientes e é o 3º maior recrutador de voluntários para esse estudo global, atrás apenas de Estados Unidos (1º lugar) e Rússia (2º lugar).

Saiba mais

5 informações importantes sobre drogas inovadoras que combatem o colesterol

Anvisa aprova droga injetável para colesterol

 

VEJA TAMBÉM