Estatísticas e Análises | 13 de fevereiro de 2019

Anvisa aprova novos tratamentos para o câncer

Medicamentos são utilizados contra o câncer de pele, renal, de ovário e leucemia
Anvisa aprova novos tratamentos para o câncer

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou quatro novos usos para medicamentos utilizados no tratamento contra o câncer. Entre os dias 7 e 11, a agência reguladora brasileira aprovou indicações terapêuticas adicionais com o uso do Lenvima (mesilato de lenvatinibe), Lynparza (olaparibe), Keytruda (pembrolizumabe) e Blincyto (blinatumomabe).

Confira os detalhes das aprovações:

Lenvima e câncer renal

O Lenvima (mesilato de lenvatinibe) está registrado na Anvisa desde agosto de 2016. A indicação anteriormente aprovada era para o tratamento de pacientes adultos com carcinoma diferenciado da tireoide – CDT (papilífero, folicular ou célula de Hu¨rthle) localmente avançado ou metastático, progressivo, refratário à radioiodoterapia. Além desta indicação, o Lenvima (mesilato de lenvatinibe) agora também é indicado, em combinação com o everolimo, para o tratamento de pacientes com carcinoma de células renais avançado (CCR), após tratamento prévío com terapia antiangiogênica.

Câncer renal

O câncer renal representa aproximadamente 3% de todos os tipos de câncer no mundo. No Brasil, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a incidência estimada é de sete a dez casos para cada 100 mil habitantes. A nefrectomia, cirurgia para retirada de um rim, é a base do tratamento para o câncer de célula renal, mas cerca de 40% dos pacientes apresentam recidiva (reaparecimento da doença) dentro de três anos após a cirurgia e 20% a 30% dos pacientes desenvolverão metástases. O prognóstico desse tipo de câncer depende, dentre outros fatores, da idade do paciente e da rapidez em se diagnosticar e tratar a doença.

Lynparza e câncer de ovário

Por meio da Resolução RE 333/2019, foi aprovada a ampliação de uso do Lynparza (olaparibe), utilizado no tratamento de câncer de ovário. O medicamento está registrado na Agência desde 2017.

Até então, a indicação aprovada era para manutenção de pacientes adultas com carcinoma de ovário seroso de alto grau (grau 2 ou maior) recidivado, sensível à platina, com mutacão no gene de suscetibilidade ao câncer de mama. Com a ampliação de uso, o Lynparza (olaparibe) agora pode ser indicado também para pacientes adultos com insuficiência hepática leve ou moderada.

A alteração proposta é decorrente da revisão de dados farmacocinéticos e de segurança resultantes da conclusão do estudo D0816C00005, um estudo de fase 1 comparativo, aberto, não aleatorizado, multicêntrico, para determinar a farmacocinética, a segurança e a tolerabilidade do Lynparza (olaparibe) após a administração de uma dose oral única de comprimidos de 300 mg em pacientes com tumores sólidos avançados, avaliando-se aquelas participantes com função hepática normal ou com insuficiência hepática leve ou moderada.

Câncer de ovário

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de ovário é a segunda neoplasia ginecológica mais comum, atrás apenas do câncer do colo do útero. Para o ano passado, a estimativa do Inca foi de 6.150 novos casos. A detecção pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou com o uso de exames periódicos em pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença.

Keytruda e câncer de pele

O produto Keytruda (pembrolizumabe) teve aprovadas duas novas indicações terapêuticas em sua bula. Uma delas é como terapia adjuvante para pacientes com melanoma e envolvimento de linfonodos, que tenham sido submetidos a ressecção cirúrgica completa. A outra é como tratamento de primeira linha em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) escamoso e metastático, em combinação com carboplatina e paclitaxel ou paclitaxel (ligado à albumina).

Câncer de pele

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, o câncer de pele responde por 33% de todos os diagnósticos desta doença no Brasil, sendo que o Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra, a cada ano, cerca de 180 mil novos casos. O tipo mais comum, o câncer da pele não melanoma, tem letalidade baixa, porém, seus números são muito altos. A doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Essas células se dispõem formando camadas e, de acordo com as que forem afetadas, são definidos os diferentes tipos de câncer. Os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares. Mais raro e letal que os carcinomas, o melanoma é o tipo mais agressivo de câncer da pele.

Blyncito e leucemia

O medicamento Blincyto (blinatumomabe) passou a ser aprovado para o tratamento de adultos com leucemia linfoblástica aguda (LLA) de células B com doença residual mínima (DRM) positiva que já atingiram remissão completa.

Leucemia

A leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos, geralmente, de origem desconhecida. Tem como principal característica o acúmulo de células doentes na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais. A medula óssea é o local de fabricação das células sanguíneas e ocupa a cavidade dos ossos, sendo popularmente conhecida por tutano. Nela são encontradas as células que dão origem aos glóbulos brancos (leucócitos), aos glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos) e às plaquetas.

Existem mais de 12 tipos de leucemia, sendo que os quatro primários são leucemia mieloide aguda (LMA), leucemia mieloide crônica (LMC), leucemia linfocítica aguda (LLA) e leucemia linfocítica crônica (CLL). Em 2018, foram estimados cerca de 10 mil casos da doença no Brasil.

Com informações da Anvisa. Edição do Setor Saúde.

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