Mundo, Tecnologia e Inovação | 21 de setembro de 2015

Drone-ambulância pode revolucionar o atendimento de emergência

Projeto promete aumentar as chances de sobrevivência em casos de ataque cardíaco
Drone-ambulância pode revolucionar o atendimento de emergência

O drone, que em inglês significa “zangão”, é um equipamento capaz de voar e ser manobrado através de um controle remoto por uma pessoa. Um engenheiro da Delft University of Technology, na Holanda, criou um drone que tem como função a de socorrer pessoas em casos de emergência, podendo chegar antes mesmo que uma ambulância convencional.

O drone criado por Alec Momont – desenvolvido em colaboração com a plataforma de inovação belga Living Tomorrow – é capaz de voar em velocidades de até 100 Km/h, carregando um desfibrilador e outros equipamentos que podem reduzir o tempo de atendimento da vítima de ataque cardíaco, aumentando significativamente a chance de recuperação.

O drone pesa cerca de 4kg e tem capacidade para carregar mais 4kg. “Acima de 100km/h, os drones criam um sistema de resposta super rápido, capaz de aumentar as chances de sobrevivência de 8% para 80%. Isso porque o drone-ambulância não é afetado pela infraestrutura e fluxo do tráfego, sendo capaz de voar em linha reta, reduzindo o tempo de resposta de atendimento de 10 minutos para 1 minuto”, explica Momont, em um vídeo promocional. “Desenvolvemos um novo modelo de drone que se dobra em uma posição bem compacta. Ele se torna uma caixa de ferramentas essencial para atendimentos de emergência”.

“Se conseguirmos chegar a um local de emergência mais rapidamente, podemos salvar muitas vidas e facilitar a recuperação de muitos pacientes. Isso se aplica especialmente a situações de emergência, tais como insuficiência cardíaca, afogamentos, traumas e problemas respiratórios, e tornou-se possível porque as tecnologias, como um desfibrilador, agora pode ser projetado pequeno o suficiente para ser transportado por um drone”.

O protótipo foi projetado para ser implantado quando os serviços de emergência recebem uma chamada de parada cardíaca. O drone, em teoria, poderia chegar ao local mais rápido do que uma ambulância. Devido à ausência de paramédicos, o drone-ambulância é equipado com conexão de áudio e vídeo, que permite que profissionais médicos forneçam instruções para as pessoas no local, vendo a situação através da webcam e explicando os passos do tratamento – incluindo como usar o desfibrilador. Apenas cerca de 20% das pessoas não treinadas são capazes de usar um desfibrilador com sucesso; com um técnico de emergência dando instruções via webcam, esse índice pode ser aumentado para 90%, garante Momont. O drone-ambulância pode levar um desfibrilador para um paciente dentro de uma zona de 12 km no período de um minuto.

Há, no entanto, algumas barreiras para a implantação generalizada do drone-ambulância. Na Holanda, leis de tráfego aéreo proíbem o uso de drones autônomos. O drone ainda está sendo testado com pacientes reais, e o sistema de detecção de objetos e evasão no drone precisa ser aprimorado.

O custo, ao menos, não deve ser um problema. “Calculo ser de aproximadamente € 15 mil por drone, o que é claramente um valor razoável, se você considerar o número de vidas que poderiam ser salvas”, concluiu Momont. Ele acredita que o drone pode estar em uso em, no máximo, cinco anos.

Veja o vídeo mostrando como o drone funciona (legendado), neste link (Drone Ambulância TU Delft (Legendado)). 

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