Mundo | 21 de julho de 2020

Vacina Oxford-AstraZeneca apresenta dados promissores de segurança

Vacina chinesa da CanSino também demonstrou bons resultados
Vacina Oxford-AstraZeneca apresenta dados promissores de segurança e eficácia

A vacina contra o novo coronavírus (Covid-19), desenvolvida pela Universidade de Oxford em união com a gigante farmacêutica inglesa AstraZeneca, gerou resposta imune e proteção do organismo em um estudo com cerca de 1.000 pacientes, de acordo com resultados publicados segunda-feira (20), na revista médica The Lancet. Os efeitos colaterais identificados foram considerados leves ou moderados, sem relatos de complicações mais graves. Especialistas consideraram os resultados “promissores”.

Conhecida hoje como AZD1222 [inicialmente chamada ChAdOx1], a vacina Oxford-AstraZeneca conseguiu avançar de forma mais rápida para a fase de estudos em larga escala comparado com outros concorrentes.

A AstraZeneca disse que, provavelmente, a aplicação ideal consistirá em duas doses – uma inicial e outra adicional de reforço.

A Lancet também publicou resultados de outra vacina, da chinesa CanSino. A vacina usa um vírus do resfriado comum modificado para transportar material genético do novo coronavírus para o corpo humano, um método também usado pela vacina Oxford AstraZeneca.

Ambas as vacinas provocaram respostas imunes a anticorpos e células T e nenhuma provocou efeitos colaterais graves. As células T são um componente importante do ataque do sistema imunológico contra invasores estrangeiros, como vírus.

Oxford AstraZeneca

Os resultados da Fase 2 mostraram que, como foi visto nos dados da Fase 1, a vacina induziu respostas de anticorpos neutralizantes na maioria dos indivíduos. Porém, estudos adicionais continuam mostrando que a vacina funciona melhor em pessoas mais jovens, e tem pior resultado em pessoas com 55 anos ou mais, um dos principais alvos da vacinação contra o Covid-19.


“Os resultados de ambos os estudos são bons para avançar rumo aos ensaios de fase 3, onde as vacinas devem ser testadas em populações muito maiores para certificar a eficácia e a segurança”, escreveram dois pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, Naor Bar-Zeev e William Moss, em material também publicado na Lancet.


Repercussão

O professor Stephen Evans, professor de farmacoepidemiologia da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres (Inglaterra), diz que o “artigo é uma descrição clara do estudo de fase II da vacina de Oxford. E com um tamanho [amostra] razoável para esta fase. Possui resultados encorajadores, mas não é o fim do caminho, longe disso, mas um passo essencial necessário para uma vacina eficaz sem danos significativos. ”

Evans completa dizendo que “os principais elementos necessários para prosseguir para um estudo de Fase 3 estão contidos no estudo apresentado. As respostas medidas no sangue e a ausência de danos graves indicam a possibilidade de uma vacina eficaz contra o Covid-19.”

Para o Dr. Doug Brown, diretor executivo da Sociedade Britânica de Imunologia, “os resultados da fase inicial 1/2 do teste da vacina em Oxford, publicado hoje no The Lancet são promissores. Os dados indicam que uma dose única da vacina é bem tolerada, sem efeitos colaterais adversos graves.”

“Os pesquisadores que trabalham com esta vacina devem ser aplaudidos pelo esforço monumental que fizeram para levar a ciência adiante tão rapidamente. Na busca de encontrar vacinas e terapêuticas contra esse novo coronavírus, precisamos seguir apoiando nossa comunidade de pesquisadores para maximizar o conhecimento sobre esta doença”, completou Brown.

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Com informações Stat, Reuters, SCM e Oxford. Edição Setor Saúde.



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