Gestão e Qualidade, Tecnologia e Inovação | 1 de fevereiro de 2017

SUS passa a oferecer cirurgia bariátrica menos invasiva

Preço de equipamentos para cirurgia bariátrica laparoscópica tende a diminuir
SUS passa a oferecer cirurgia bariátrica menos invasiva

Após 5 anos de “atraso” em relação à Saúde Suplementar, o Sistema Único de Saúde (SUS) passará a oferecer cirurgia bariátrica por videolaparoscopia. A técnica é menos invasiva e dolorosa em comparação à cirurgia tradicional, chamada cirurgia “aberta”. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União de quarta-feira, 1º de fevereiro.

Desde janeiro de 2012, o rol de cobertura da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) obriga as operadoras de saúde a oferecer tratamento cirúrgico sem qualquer restrição aos portadores de obesidade mórbida, respeitando a decisão médica e o direito do paciente.

Taxa de mortalidade menor

Na cirurgia aberta, o médico faz um corte de 10 a 20 cm no abdômen do paciente. Já na videolaparoscopia, são feitas de quatro a sete mini-incisões de 0,5 a 1,2 cm cada uma, por onde passam as cânulas e a câmera de vídeo. A taxa de mortalidade média da cirurgia videolaparoscópica é menor do que a da cirurgia aberta, segundo informações da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM).

A recomendação da inclusão do procedimento tinha sido feita pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), em relatório de novembro de 2016.

“A evidência atualmente disponível sobre eficácia e segurança do procedimento de gastroplastia com derivação intestinal em Y-de-Roux por laparoscopia para tratamento da obesidade grave e mórbida é baseada em revisões sistemáticas, estudos clínicos controlados e estudos observacionais”, afirma o relatório.

O documento também observa que o aumento da escala de compras dos materiais usados na cirurgia bariátrica laparoscópica deve fazer com que o preço desses equipamentos diminua no Brasil.

A redução do tempo de cirurgia, diminuição do risco de infecção, menor incidência de hérnia no local do corte até a volta às atividades normais em menos tempo são apontadas pela SBCBM como vantagens importantes em relação à cirurgia convencional. Apesar do custo mais elevado, o método representa uma economia bastante significativa em médio prazo, devido à redução dos dias de internação e da incidência de possíveis complicações posteriores.

No SUS, a cirurgia bariátrica é indicada para pessoas que apresentem o seguinte perfil:

Índice de massa corporal (IMC) igual ou maior que 50

IMC maior ou igual a 40, com ou sem doenças associadas, sem sucesso no tratamento clínico por no mínimo dois anos

IMC maior que 35 e com problemas de saúde como alto risco cardiovascular, diabetes mellitus e/ou hipertensão arterial sistêmica de difícil controle, apneia do sono, doenças articulares degenerativas sem sucesso no tratamento clínico

Tratamento para varizes

O Ministério da Saúde também anunciou que o SUS passará a ter disponível uma nova técnica para tratar varizes. O chamado tratamento esclerosante estará disponível para tratamentos não-estéticos, ou seja, quando as varizes representarem um problema de saúde e não apenas uma questão estética.

A escleroterapia consiste em aplicar uma substância em forma de espuma diretamente nas varizes, até que elas desapareçam. Trata-se de uma alternativa menos invasiva ao tratamento cirúrgico para varizes.

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