Empregabilidade e Aperfeiçoamento, Gestão e Qualidade | 6 de outubro de 2014

Seminário analisou adequação dos estabelecimentos de saúde à RDC 02/2010

Evento da FEHOSUL ocorreu no dia 3 de outubro e tratou do tema junto a especialistas
Seminário analisou adequação dos estabelecimentos de saúde à RDC 022010

Para tratar de forma abrangente sobre a Regulamentação em Serviços de Saúde – RDC Anvisa 02/2010, a FEHOSUL realizou seminário no dia 3 de outubro, reunindo especialistas no tema. O encontro discutiu a medida que determina normas para a manutenção e conservação do parque tecnológico institucional e condutas que integram a gestão de risco.

Para falar da RDC, foram convidados Diana Carmem de Oliveira, Gerente Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde da ANVISA (Brasília-DF); Alberto Kaemmerer, PhD em Medicina Respiratória, Diretor Médico do Instituto de Medicina Respiratória e Coordenador de Ensino, Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Hospital Mãe de Deus; e Luciane Guerra Boanova, mestre em Física Médica do Hospital Mãe de Deus.

O início do seminário teve a palestra de Diana Oliveira. “Eu represento uma agência regulatória, que tem um papel importante de coordenar o sistema de vigilância sanitária. É papel da Agência Regulatória do Sistema de Vigilância Sanitária ouvir o setor, entender e explicar o que está acontecendo no Brasil”.

Diana explica que “as pessoas pensam que Anvisa é uma coisa e o Ministério da Saúde é outra. Prestamos conta ao Ministério através de uma avaliação de contrato de gestão, de determinadas metas. A Anvisa é autônima para tomar decisões sobre seus atos, mas não é autônoma no sentido de coordenar as políticas de sistema do Brasil”. Ela define a RDC 02 como uma medida simples de entender, com objetivos claros. “É um texto de duas páginas que pretende fazer a instituição se organizar, colocar ordem nos seus equipamentos, tecnologias e produtos”.
A RDC 02 define que todos os estabelecimentos de saúde devem realizar o gerenciamento das tecnologias utilizadas na prestação de serviços de saúde, desde a entrada no estabelecimento até seu destino final, incluindo as etapas de planejamento dos recursos físicos, materiais e humanos. Constitui um instrumento essencial à organização e estruturação dos estabelecimentos de saúde. “A autoridade sanitária tem que tomar decisões justa para a situação que ela tem. As exigências são iguais para todas, mas é preciso avaliar os riscos nos contextos. É assim que uma agência que representa o estado deve agir”, diz a especialista.

O segundo palestrante, médico Alberto Kaemmerer, iniciou sua explanação com um alerta para o abandono da visão médica na conduta da saúde. “Recentemente fui convidado a compor a Câmara Técnica do Tribunal de Justiça do RS, na companhia de um juiz federal, um promotor, um juiz de primeiro grau e um desembargador. Percebi que os profissionais da saúde estão entregando a conduta da saúde para o poder judiciário. Basicamente, isso ocorre por nossa atitude omissa em relação a cumprir o que a legislação manda, e sob a alegação dos gestores de que isso aumenta custos”.

Conforme o especialista, esse caminho é desastroso. “As pessoas do judiciário não sabem a diferença de erro e risco. O erro é inerente à ignorância do sistema, o risco será sempre inerente ao exercício da profissão. Por mais que eu seja o maior cirurgião do planeta, em cada procedimento, feito com a melhor tecnologia, existe risco de desfecho inapropriado. Mas isso não há processo que regule”, argumentou.

A palestra final, de Luciane Boanova, focou na importância da administração. “Planejamento é fundamental. Decisões de aquisição de equipamentos não podem ser tomadas por um departamento isolado. É interessante se criar um comitê técnico. A decisão tem que ser baseada em critérios técnicos. Não é só preço, ou porque a concorrência tem. É preciso ver se há demanda, se beneficia os pacientes, a epidemiologia do local é adequada”, ponderou.

Além de questões como manutenção de equipamentos, Luciane ressalta que a instituição deve ter claro quais são as suas prioridades. “Em muitos casos um equipamento não tem nem validação clínica e os hospitais estão comprando. Se investe numa tecnologia sem saber o que fazer. É importante ver qual o melhor uso, a principal indicação, saber se este gasto tem fundamento”, concluiu.

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Diana Carmem de Oliveira, Gerente Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde da ANVISA

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Luciane Guerra Boanova, mestre em Física Médica do Hospital Mãe de Deus

Alberto Kaemmerer

Alberto Kaemmerer, PhD em Medicina Respiratória, Diretor Médico do Instituto de Medicina Respiratória e Coordenador de Ensino, Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Hospital Mãe de Deus

Evento foi realizado no dia 3, no IAHCS

Evento foi realizado no dia 3, no IAHCS

 

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