Segundo paciente com bactéria ultrarresistente é identificado nos EUA
Especialistas alertam para o surgimento de enterobactérias impossíveis de tratar com antibióticosCientistas dos EUA confirmaram, no fim de junho, o segundo caso de paciente infectado com uma superbactéria altamente resistente aos antibióticos de última geração. De acordo com informações do periódico Antimicrobial Agents and Chemotherapy, da Associação Americana de Microbiologia, um paciente de Nova York foi detectado com o gene raro MRC-1, causador da resistência, em uma cepa da bactéria E. coli.
É o segundo caso no país, sendo o anterior ocorrido em maio. Uma mulher de 49 anos da Pensilvânia, também apresentou uma cepa de E. coli apos tratamento de infecção urinária. Ela já está recuperada.
O cientista Lance Price, da Universidade George Washington, considerou que “estamos muito perto de ver o surgimento de enterobactérias que serão impossíveis de tratar com antibióticos”.
Em junho, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) anunciaram a criação de uma rede de laboratórios dedicados ao tratamento das superbactérias resistentes a antibióticos nos EUA, que deve começar a funcionar no outono do hemisfério norte – entre setembro e dezembro.
MRC-1
O gene MRC-1 torna as bactérias resistentes à colistina, um antigo antibiótico utilizado como último recurso nos casos de polirresistência.
O MCR-1 se encontra em um pequeno fragmento do DNA microbiano, tem capacidade para passar de uma bactéria para outra através de diversas espécies. Assim, espalha a resistência para todos os antibióticos.
Pesquisadores têm monitorado os movimentos desse gene em todo o mundo desde que ele foi descoberto (em humanos, aves e suínos) na China em 2015.
Ameaças
Os antibióticos podem perturbar o equilíbrio natural das bactérias no corpo, o que é de extrema importância para a saúde humana. O uso excessivo de antibióticos cria as superbactérias, que muitas vezes não podem ser controladas mesmo com múltiplas drogas.
Os CDC também alertam para duas ameaças: As enterobactérias resistentes ao carbapenem, que, quando se entram na corrente sanguínea matam quase 50% dos pacientes do hospital que estiver infectado; e a Shigella, bactéria altamente contagiosa que apresenta resistência a vários antibióticos comuns.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) e a União Europeia consideram o surgimento de bactérias resistentes uma das crises mais graves na saúde do mundo, colocando a humanidade em uma “Era pós-antibiótico”.
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