Robô-cirurgião Da Vinci vence primeira batalha judicial
Eficácia do aparelho é questionadaA Intuitive Surgical, empresa criadora do robô-cirurgião Da Vinci, venceu a primeira das 26 ações judiciais que está enfrentando. A acusação era de negligência no treinamento dos médicos para o uso do sistema. A empresa não terá que pagar os US$ 8,5 milhões referentes à indenização de Fred Taylor, que fora submetido a cirurgia de remoção de próstata em 2008, mas ainda existem muitos processos a serem enfrentados.
O sistema funciona com dois aparelhos, um fica ao lado do paciente e outro em outra sala, onde o médico trabalha utilizando um monitor tridimensional e mãos robóticas para manusear o Da Vinci. O robô possui quatro braços com dispositivos hidráulicos: um é a câmera óptica; outros três são pinças laparoscópicas. Todo o mecanismo só funciona obedecendo os movimentos das mãos do médico.
Processos Judiciais
A argumentação dos advogados de Taylor critica o protocolo de capacitação, que considera um profissional apto para uso do Da Vinci com apenas um dia de treinamento e duas operação supervisionadas. Em sua defesa, como revela reportagem da Bloomberg, a Intuitive Surgical diz que a obesidade do paciente não recomendaria o uso do Da Vinci, o que ocorreu por insistência dos cirurgiões, que optaram por realizar o procedimento pela primeira vez.
O órgão regulador norte-americano FDA (Food and Drug Administration) está investigando, junto aos cirurgiões, a eficácia do robô-cirurgião, em comparação ao alto número de operações mal sucedidas. Nos EUA, cerca de 370 mil procedimentos com o Da Vinci foram realizados no ano passado (veja matéria).
Da Vinci no Brasil
O primeiro hospital a oferecer cirurgias com o Da Vinci no Brasil foi o Sírio-Libanês, de São Paulo, em 2008. De lá para cá, outras instituições como o Albert Einstein e Oswaldo Cruz também adotaram o robô-cirurgião.
Em solo gaúcho, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre fará a primeira cirurgia através desse sistema (com supervisão de um norte-americano) no dia 16 de agosto. O aparelho, adquirido com recursos próprios, deve chegar em julho e, em seguida, começa o processo de capacitação dos médicos. Os procedimentos serão feitos, inicialmente, apenas em pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).