A realização de uma cirurgia requer atenção, conhecimento e prática. A realidade virtual veio para ajudar nesses quesitos, principalmente na prática. Através desse método é possível desenvolver e aperfeiçoar habilidades antes mesmo de tocar em um paciente real, o que era algo inimaginável há alguns anos atrás.

O portal Setor Saúde esteve presente no lançamento de dois novos equipamentos para treinamento médico utilizando esse tipo de recurso, na sede do Instituto Simutec. O objetivo é criar um treinamento minimamente invasivo e que possa dar chance ao estudante ou profissional treinar nesse tipo de aparelho antes de realizar a cirurgia em um paciente real. Os equipamentos lançados nessa semana foram de Artroscopia e Ultrassonografia.

As principais vantagens da nova tecnologia são a possibilidade de repetições ilimitadas e o treinamento individualizado, com medidas objetivas para o acompanhamento do aprendizado, além da redução de custos e riscos.

No método tradicional, que praticamente ficou inalterado no último século, os profissionais executam seu treinamento, exclusivamente, com cadáveres, animais e os próprios pacientes durante a residência e prática profissional. O aprendizado normalmente é em grupo e limitado, muitas vezes sem contato com especificidades e casos raros, o que pode ser simulado facilmente nos novos equipamentos.

Realidade Virtual no treinamento médico

O Coordenador Médico do Instituto, Prof. Dr. Leandro Totti, explicou a importância da utilização da realidade virtual no treinamento médico. “Os indivíduos que treinam em um modelo como esse apresentam melhores resultados, em termos de tempo cirúrgico, menor número de erros e menores conseqüências para os pacientes que Irão atender”, orienta.

Coordenador Médico do Instituto, Prof. Dr. Leandro Totti

O médico também citou que esse é um modelo que revoluciona o processo de formação dos alunos. “A simulação como ferramenta de ensino é utilizada há muito tempo com resultados bem documentados cientificamente e isso é bom tanto para o hospital quanto para a faculdade de medicina. A gente pode bater no peito e falar que todos nossos alunos antes de entrar em contato com um paciente real, tem o treinamento com a realidade virtual”, conta.

Totti ressaltou também o fato da simulação ser muito menos invasiva que o treinamento tradicional, ilustrando com uma história sobre sua instrução na época que era estudante de medicina. “O instrutor ia lá, fazia o toque vaginal no paciente e quatro alunos vinham a seguir e examinavam aquela mesma paciente. Assim que é o treinamento na vida real. É uma coisa grosseira, mas é assim que é”, lembra.

O empresa realiza em torno de 800 treinamentos por ano, com aproximadamente 170 alunos de graduação, 120 residentes e mais profissionais da área que buscam uma qualificação ou treinamento.

Os novos simuladores possuem validação da Associação de Artroscopia da América do Norte (AANA), Academia Americana de Cirurgiões Ortopédicos (AAOS) e Conselho Americano de Cirurgia Ortopédica (ABOS).