Em 2020, Iara Sobrinho se especializava em inovação e gestão de pessoas 3.0 na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), e atuava como colaboradora em uma empresa com grandes desafios no cuidado à saúde mental da equipe, quando decidiu criar o projeto que daria origem à Floway.

“Andava cansada, com indicativos de que se continuasse naquele caminho cairia em um burnout. Foi quando decidi refletir sobre a prática, com orientação e apoio, criei um projeto de educação corporativa que resolvesse problemas de segurança psicológica e bem-estar na rotina das empresas”, conta. Apresentado como trabalho de conclusão do MBA, a ideia foi bem avaliada e recebeu orientações para ser realizada.

Com vasta experiência em cultura organizacional, segurança psicológica e felicidade no trabalho, Iara dedicou-se a aprender sobre empreendedorismo para fundar a Floway e tornar o negócio sustentável. Saiu do emprego antigo, cercou-se de pessoas com experiência em diferentes áreas, como marketing, comercial, tecnologia da informação e educação corporativa. Em cada uma das etapas, novos desafios eram solucionados a partir do contato com diferentes especialistas.

A empreendedora esteve em vários cursos relacionados ao mercado e recebeu mentorias e aceleração em programas como o Sebrae Delas, Sebraetec, Sebrae Agente Local de Inovação, 49 educação, BRDE Labs e Mulheres + Tech 2022. Neste último, recebeu para a Floway um aporte da FAPESC, Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina, para desenvolver a plataforma de coleta de dados para os mapas organizacionais e as certificações em segurança psicológica ou de felicidade no trabalho.

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Preocupação corporativa

Desde 2022, o mundo vive demissões em massa. A cada trimestre surgem novos anúncios de demissão e o que fica para os colaboradores é a incerteza do amanhã,  afetando os níveis de segurança psicológica, saúde mental e de felicidade. O relatório “State of the Global Workplace 2023” da Gallup, trouxe que a América Latina possui um nível de engajamento de 31% contra os 69% de pessoas desengajadas. A Gallup ainda estima que o baixo engajamento custa à economia global US$ 8,8 trilhões e representa 9% do PIB global. Sem contar os altos índice de estresse (44%), que reflete no trabalho, na economia e nas organizações.

A fundadora e CEO da Floway afirma que para contornar os índices e ter uma cultura organizacional forte se faz necessário alinhar as estratégias pensadas em Gestão de Pessoas às métricas e dados que trazem informações confiáveis e seguras para elaboração de planos assertivos e melhoria de pontos críticos. “É essencial garantir o acompanhamento dos resultados dessas práticas e benefícios”, reforça.

O objetivo da Floway é melhorar o dia a dia nas organizações e trazer dados estratégicos sobre pessoas para que empresários e líderes de RH possam metrificar índices e tornar a gestão e a liderança mais humana sem diminuir a performance dos times.  “Com os números, conseguimos mostrar claramente os acertos e pontos de atenção de cada setor para toda a empresa”.

Metodologia que mapeia felicidade e segurança psicológica

Para criar os mapas organizacionais Floway, foi utilizado o conceito de Felicidade Interna Bruta (FIB), existente desde os anos 70 para medir a felicidade nos países. Como também, o conceito de Segurança Psicológica do Timothy Clark, evidenciado como o principal fator para obter times inovadores e com alta performance, conforme o projeto Aristóteles da Google, em 2014.  “Dados não mentem, mas também não sentem. E muitas vezes seu uso pode ser reducionista se não for bem aplicado. Existem milhares de pesquisas gratuitas na internet, mas poucas têm validação científica sobre a sua eficácia”, completa a empreendedora.

Na Floway, a coleta de dados é anonimizada, para que colaboradores se sintam seguros em responder e as certificações das empresas felizes e/ou seguras psicologicamente para trabalhar conta com auditoria para evitar fraudes.

“A elaboração das pesquisas que modelam nossos mapas organizacionais são baseados em metodologias internacionais de organizações sérias, como ONU e OMS. Alguns empresários procuram o mapa para se certificar de que suas ações de cultura trazem os resultados esperados, para manter o time engajado e mostrar se as pessoas estão felizes em fazer parte da empresa. Outros priorizam a inovação e abertura ao aprendizado, mapeando os índices de segurança psicológica de sua cultura”, finaliza.