Gestão e Qualidade, Tecnologia e Inovação | 23 de agosto de 2013

Prontuário eletrônico foi debatido no Café da Manhã com Saúde

Evento promovido pela FEHOSUL debateu a evolução do arquivamento de dados
Palestra contou com presença de 30 participantes

O Café da Manhã com Saúde desta sexta-feira, 23, na FEHOSUL, recebeu grande número de profissionais interessados em novas tecnologias para uso em hospitais e clínicas. O convidado desta edição foi o Gerente de Tecnologia da Orion Digital, Flávio Camilo, que apresentou a palestra Paperless: Evolução Segura do Prontuário Físico para o Prontuário Eletrônico.

Dr. Flávio Borges, diretor executivo da FEHOSUL apresentou o palestrante e indagou: “é possível viver sem papel?” A resposta veio ao longo de toda a palestra, onde foi apresentado qual seria o planejamento necessário para se chegar nesta realidade. Foram apresentados cases, entre eles o do Hospital Moinhos de Vento e o da AACD. Segundo Flávio Camilo, apenas 7% dos hospitais no Brasil estão efetivamente informatizados, sendo que no mercado americano, este nível chega a 40%. Para Camilo, a questão cultural e os processos internos são os principais entraves numa implantação tecnológica que visa o paperless. “Depende de processos internos e fluxos bem definidos e consistentes. O nosso sistema em si é simples” resumiu.

Para falar sobre o case do Hospital Moinhos de Vento, esteve presente a diretora da empresa Arcoi, Ana Rocha, com formação em arquivologia e especialização em Arquitetura da Informação pela Universidade de Chicago. Hoje, a Arcoi trabalha em parceira com a Orion Tecnologia em diversos projetos. Para ela, os hospitais devem valorizar o que é importante, quais informações devem ser priorizadas, respeitando a legislação. E devem ter uma estrutura profissional e adequada de arquivologia para manipular de forma correta as informações entre todos os setores do hospital. “Quando falamos em paperless, temos que ter consciência que para chegar a esta realidade o processo deve ser antes de tudo organizativo”.

O processo de digitalização foi um dos assuntos apresentados por Flávio Camilo. “Chegamos a digitalizar 12 mil páginas por dia”. Hoje segundo o palestrante este número é bem menor. Treinamento, integração com o setor de TI, conversar muito com o setor jurídico são caminhos que foram traçados no Moinhos. “A digitalização e a certificação digital devem seguir juntos”. Foi discutido ainda, com bastante participação dos inscritos, a questão do convencimento do corpo clínico, e como se deu este processo no Moinhos.

Entre as dezenas de presentes no evento estava Eduardo Cirne, diretor comercial da Qubo Tecnologia. Ele vê com bons olhos a inserção das novas tecnologias na área médica, mas demonstra cautela quanto à implantação. “Ficam algumas dúvidas de como eliminar o papel, colocar em prática parece difícil. Por um lado estamos distante dessa realidade, mas por outro a água está batendo na porta”, considerou.

Segundo ele, o Beneficência Portuguesa já possui um projeto de criar 20 leitos aproveitando a área onde hoje é armazenado os arquivos em papel da instituição. “Essa foi nossa justificativa para aderirmos aos processos eletrônicos”, acrescentou Cirne.

Outra questão que chamou atenção dos presentes é a necessidade de que todos os setores envolvidos com a saúde entrem nessa nova realidade, caso contrário os serviços nunca serão, de fato, digitalizados de forma completa. “O SUS ainda trabalha muito com papel. Há esse impasse porque para eles é necessário que os documentos cheguem em papel. Também existe uma certa resistência em relação às assinaturas, se são confiáveis em formato digital”, analisa Alexandra Camargo, gerente de processos de faturamento do Beneficência Portuguesa, de Porto Alegre.

Dr. Flávio Borges, ao final do encontro, lembrou que a segurança com o armazenamento e assinatura digital é uma necessidade que gestores, médicos ou enfermeiros não podem fugir mais. “Na verdade todos que trabalham nos hospitais e clínicas precisam ter consciência disto”, finalizou.

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