Gestão e Qualidade, Tecnologia e Inovação | 8 de agosto de 2013

Prontuário Eletrônico é tema da próxima edição do Café da Manhã com Saúde

Digitalização das informações é um dos temas do evento, dia 23
PAPERLESS_FLAVIO CAMILO

A próxima edição do Café da Manhã com Saúde, dia 23 de agosto, sexta-feira, tratará de novas tecnologias. O evento, promovido pela FEHOSUL, traz a Porto Alegre Flávio Camilo, gerente de projetos da Orion Digital, para apresentar a palestra Paperless: Evolução Segura do Prontuário Físico para o Prontuário Eletrônico.

Camilo coordena a empresa que se dedica à inovação tecnológica e ao desenvolvimento e implantação de soluções de Tecnologia da Informação (TI) para a área da saúde. A Orion atua no desenvolvimento de software, outsourcing, soluções de imagem, gestão, mobilidade e implantação de projetos especiais.

A empresa já desenvolveu trabalhos nos hospitais Moinhos de Vento (RS), Albert Einstein (SP) e a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD).

Antes da visita à FEHOSUL para ministrar a palestra, Flávio Camilo concedeu entrevista ao Portal Setor Saúde, explicando como é a apresentação das ferramentas que, cada vez mais, fazem parte da realidade médica.

 Setor Saúde – O título da palestra fala da “evolução segura” do prontuário físico para o prontuário eletrônico. Essa mudança ainda é um tabu?

Flávio Camilo – É uma questão de desmaterialização. Grande parte dos hospitais que partiram para esse processo no passado não fez da melhor forma, não seguiu padrões ou os itens de segurança. Na teoria, eles estão expostos, as informações estão guardadas de forma insegura. Isso vem desde 1997, 2000. Só por volta de 2007, quando o CFM (Conselho Federal de Medicina) baixou uma norma é que as instituições passaram a ver como é o jeito certo. Já que é para adotar essas tecnologias, o estabelecimento precisa obrigar o fornecedor a dar essa segurança dentro das regras estabelecidas. Hoje, é preciso guardar os dados do paciente por 20 anos. No formato digital é para sempre. É um desafio grande, porque estamos falando de muita informação. Acredito que na próxima década isso vai mudar, deve ser criada uma norma de, por exemplo, 40 anos. Depois disso vira arquivo.

Setor Saúde – De forma geral, o setor já entendeu e aceitou esse cenário de mudança para o mundo digital?

Flávio Camilo – A resolução do CFM alinhou de forma geral esse processo. Todo mundo passou a caminhar nessa direção. Até então, os administradores estavam receosos, achavam que só iria aumentar custos. Na verdade os prontuários eletrônicos dão agilidade e segurança. Hoje, em muitos locais, se o setor de informações pega fogo, acaba a história do hospital.

Setor Saúde – Uma frase famosa sua diz que “o essencial tem que ser fácil e rápido”. O que isso significa?

Flávio Camilo – A informática não pode atrapalhar o dia a dia do médico, tem que ser um agregador, uma ferramenta para facilitar o trabalho. Não se faz um dispositivo cheio de detalhes complexos porque o profissional não vai conseguir usar.

Setor Saúde – Os programas desenvolvidos pela Orion possuem qual tipo de diferencial?

Flávio Camilo – Quando fazemos palestras, levamos especialistas para mostrar como funciona nosso trabalho. Temos biomédicos na equipe, não são apenas profissionais da informática.

Setor Saúde – A palestra sobre o Paperless (palavra em inglês para “sem-papel”, em tradução livre) não é nova. Do início das apresentações até hoje, mudou muito a aceitação dessa realidade?

Flávio Camilo – É quase uma questão de evangelizar o setor. Temos que bater sempre na tecla da desmaterialização. Atualmente, só depois de uma situação de sinistro é que o hospital resolve tomar alguma atitude. E problemas acontecem. Se formos ver o estado dos arquivos dos hospitais… em alguns casos encontramos o caos absoluto.

VEJA TAMBÉM