Nova técnica duplica a precisão do diagnóstico de câncer de próstata
Urologistas espanhóis comprovam eficácia da combinação de diferentes examesUma equipe de urologistas do Instituto de Cirurgia Avançada em Urologia (ICUA, da Espanha), comprovou a eficácia de uma técnica para o diagnóstico de tumores através da combinação de ressonância magnética sem radiação (multiparamétrica 3 Tesla), do sistema ‘Biopsee’ de fusão de imagens (RMN-ECO transretal) e da biópsia via transperineal.
O novo método – que já foi realizado na Alemanha e no Reino Unido – utiliza a abordagem transperineal (através do escroto), que detecta 90% dos casos e tem a vantagem de que minimiza o desenvolvimento de infecções. Além disso, uma zona da próstata onde se concentram 25% das ocorrências de tumor – e que com o teste convencional não pode ser vista -, pode ser acessada de forma simples, sendo possível identificar a existência da doença.
De acordo com a agência de notícias EuropaPress, o chefe de urologia e diretor da ICUA, Fernando Gómez Sancha, explica que “a biópsia convencional é feita através da parede retal, que é sempre cheia de bactérias. Isto gera infecção em 2% a 5% dos pacientes, que por vezes precisam ficar internados em UTI. Além disso, não revela especificamente onde está o tumor, por isso, se em dez pacientes biopsiados cinco têm um tumor, a biópsia transretal encontra apenas dois”, alertou.
Por sua vez, o novo procedimento dura 20 minutos e consiste na realização de uma ressonância magnética, importar as imagens (em 3D) e na análise feita por radiologistas, contornar a próstata para identificar o tumor e fazer uma ultra-sonografia no paciente (que é anestesiado da cintura para baixo).
Estefanía Romero, membro da ICUA, esclarece que “as complexidades são muitas, mas os benefícios compensam. É preciso acrescentar que, depois de poucas experiências com este teste, as complicações foram mínimas. Já fizemos cirurgias em pacientes e verificou-se que a coincidência da ressonância com o tamanho real e o volume do tumor são quase idênticas”, revelou. Outra vantagem desta técnica é que os profissionais podem entregar o diagnóstico um dia após a biópsia, muito antes dos atuais sete a dez dias de espera. Assim, “o estresse associado com a espera por resultados e se pode iniciar um tratamento mais cedo”, salientou a especialista.
A possibilidade de se realizar um tratamento focal baseado na remoção do tumor (e não da região onde ele se encontra) “aumenta significativamente a qualidade de vida do paciente, que terá continência urinária e uma vida sexual normal”, concluiu Estefanía Romero.