Mundo, Tecnologia e Inovação | 15 de setembro de 2014

Nova técnica duplica a precisão do diagnóstico de câncer de próstata

Urologistas espanhóis comprovam eficácia da combinação de diferentes exames
aparelho detecção câncer de próstata

Uma equipe de urologistas do Instituto de Cirurgia Avançada em Urologia (ICUA, da Espanha), comprovou a eficácia de uma técnica para o diagnóstico de tumores através da combinação de ressonância magnética sem radiação (multiparamétrica 3 Tesla), do sistema ‘Biopsee’ de fusão de imagens (RMN-ECO transretal) e da biópsia via transperineal.

O novo método – que já foi realizado na Alemanha e no Reino Unido – utiliza a abordagem transperineal (através do escroto), que detecta 90% dos casos e tem a vantagem de que minimiza o desenvolvimento de infecções. Além disso, uma zona da próstata onde se concentram 25% das ocorrências de tumor – e que com o teste convencional não pode ser vista -, pode ser acessada de forma simples, sendo possível identificar a existência da doença.

De acordo com a agência de notícias EuropaPress, o chefe de urologia e diretor da ICUA, Fernando Gómez Sancha, explica que “a biópsia convencional é feita através da parede retal, que é sempre cheia de bactérias. Isto gera infecção em 2% a 5% dos pacientes, que por vezes precisam ficar internados em UTI. Além disso, não revela especificamente onde está o tumor, por isso, se em dez pacientes biopsiados cinco têm um tumor, a biópsia transretal encontra apenas dois”, alertou.

Por sua vez, o novo procedimento dura 20 minutos e consiste na realização de uma ressonância magnética, importar as imagens (em 3D) e na análise feita por radiologistas, contornar a próstata para identificar o tumor e fazer uma ultra-sonografia no paciente (que é anestesiado da cintura para baixo).

Estefanía Romero, membro da ICUA, esclarece que  “as complexidades são muitas, mas os benefícios compensam. É preciso acrescentar que, depois de poucas experiências com este teste, as complicações foram mínimas. Já fizemos cirurgias em pacientes e verificou-se que a coincidência da ressonância com o tamanho real e o volume do tumor são quase idênticas”, revelou. Outra vantagem desta técnica é que os profissionais podem entregar o diagnóstico um dia após a biópsia, muito antes dos atuais sete a dez dias de espera. Assim, “o estresse associado com a espera por resultados e se pode iniciar um tratamento mais cedo”, salientou a especialista.

A possibilidade de se realizar um tratamento focal baseado na remoção do tumor (e não da região onde ele se encontra) “aumenta significativamente a qualidade de vida do paciente, que terá continência urinária e uma vida sexual normal”, concluiu Estefanía Romero.

VEJA TAMBÉM