As entidades médicas do Rio Grande do Sul – Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers), Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) e Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs) – anunciaram nesta quinta-feira, 25, as razões para o engajamento ao “Dia Nacional de Alerta aos Planos de Saúde”, na qual médicos de todo o país estão promovendo ações para demonstrar o descontentamento com as operadoras.

Em entrevista coletiva, o segundo secretário do Cremers, Dr. Isaias Levy, fez duras críticas IPE-Saúde. “Na última segunda-feira (22), um representante do IPE esteve na nossa Assembleia e anunciou várias ações que são um verdadeiro retrocesso a tudo o que já havia sido negociado até outubro do ano passado no Grupo Paritário. Considero tudo o que o IPE tem feito com os médicos e os prestadores de serviços uma verdadeira procrastinação”, desabafou. 

Entre as queixas, Dr. Levy aponta os novos estudos para a possível implantação da CBHPM que, segundo o IPE-Saúde, deve estar concluído em até 90 dias. Depois desse período, a mudança para o novo sistema ou não dependerá da avaliação prévia do Conselho Deliberativo do IPE, da Procuradoria Geral do Estado (PGE) e da Controladoria e Auditoria Geral do Estado (CAGE), além da recomposição mínima do quadro de pessoal do IPE-Saúde.

Os representantes dos médicos também relataram a falta de diálogo com a instituição estadual e a baixa remuneração para consultas e procedimentos médicos. Para uma consulta médica, a tabela do IPE remunera R$ 47,00. A Comissão de Honorários Médicos do RS (CEHM-RS), que negocia os reajustes com as operadoras de saúde, reivindica um aumento das consultas para R$ 80,00.

“O que estamos pedindo é um valor que remunere os nossos profissionais com dignidade. Não é nenhum absurdo a nossa reivindicação. Porém, o que está acontecendo é uma total falta de diálogo com o IPE-Saúde e uma falta de transparência com as informações que são divulgadas para os integrantes do Grupo Paritário”, afirmou o Diretor do Simers, Dr. Jorge Eltz.

Na última segunda-feira, 22, os médicos realizaram uma Assembleia na Amrigs quando decidiram não paralisar as atividades nesta quinta-feira, mas fazer apenas um dia de alerta à população. Segundo o Diretor Financeiro da Amrigs, Dr. Alfredo Cantalice, no dia 15 de maio haverá uma nova Assembleia entre os profissionais.

“Provavelmente nesse dia a decisão seja por paralisar as atividades, caso a relação com o IPE-Saúde, até lá, não tenha melhorado e algumas das nossas reivindicações atendidas, especialmente a questão da baixa remuneração. Estamos alertando a população para os sérios problemas que a saúde do Rio Grande do Sul está enfrentando”, alertou Dr. Cantalice.

Caso os médicos decidam interromper as atividades no próximo dia 15 de maio, os atendimentos em consultórios e procedimentos eletivos pelo IPE-Saúde serão suspensos. Apenas os atendimentos de emergência e urgência serão mantidos.