Medical Center e Hospital Tacchimed prometem mudar o patamar de serviços em saúde oferecidos na serra gaúcha
Ao portal Setor Saúde, o CEO do Tacchini Hilton Mancio fala sobre a importância das novas estruturas e aborda o cenário de desafios em relação ao IPE Saúde e o SUS.O Tacchini Sistema de Saúde vem investindo nos últimos anos em um plano de longo prazo que promete mudar a oferta de serviços de saúde na serra gaúcha. Ao portal Setor Saúde, o Superintendente Executivo da Associação Dr. Bartholomeu Tacchini, Hilton Roese Mancio, destaca: “em breve, a comunidade terá à disposição estruturas que vão mudar o patamar de serviços em saúde oferecidos na serra gaúcha, como o Medical Center e o Hospital Tacchimed.” Por outro lado, o executivo faz um desabafo sobre a situação do IPE Saúde – plano de saúde dos Servidores Públicos do Estado do Rio Grande do Sul, seus dependentes e pensionistas: “trabalhamos diariamente para garantir o constante crescimento nas mais diversas áreas do hospital. No último ano, enfrentamos um cenário difícil economicamente, com juros altos e dificuldades de acordo junto ao IPE, o que inviabilizou o crescimento. Foi preciso exercer a criatividade para continuarmos crescendo, independentemente do ritmo.”
O executivo fala sobre os esforços para aperfeiçoar a eficiência, mantendo a função social e a sustentabilidade econômico-financeira do Sistema Tacchini que além dos hospitais Tacchini (Bento Gonçalves) e São Roque (Carlos Barbosa), possui em sua estrutura organizacional a operadora de planos de saúde Tacchimed, a Clínica Tacchini (Bento Gonçalves), o Instituto Tacchini de Pesquisa em Saúde (ITPS) e a Casa de Repouso Elisa Tramontina (Carlos Barbosa). Mancio analisa ainda a importância das entidades setoriais e aborda o problema do subfinanciamento na saúde pública. Confira.
PUBLICIDADE
Ipe Saúde e crescimento
Conforme Mancio, em 2023 os desafios foram imensos. “É um setor com cada vez mais dificuldades de manter suas operações na forma com que algumas operadoras têm trabalhado, sobretudo o IPE. Esse é um problema que afeta todo Rio Grande do Sul, uma vez que possui 1 milhão de vidas.”
“Trabalhamos diariamente para garantir o constante crescimento nas mais diversas áreas do hospital. No último ano, enfrentamos um cenário difícil economicamente, com juros altos e dificuldades de acordo junto ao IPE, o que inviabilizou o crescimento. Foi preciso exercer a criatividade para continuarmos crescendo, independentemente do ritmo”, diz o Superintendente.
PUBLICIDADE
“As ações comerciais da nossa operadora própria, a melhora da eficiência dos serviços e a busca implacável pela eliminação de quaisquer desperdícios já chegaram ao limite. Não é razoável imaginar que um contrato não será reajustado anualmente”, referindo-se às dificuldades relacionadas ao IPE.
2024: Medical Center e o Hospital do Tacchimed
Sobre as novidades para os próximos anos, a ampliação da oferta de serviços é o destaque, principalmente para clientes da operadora Tacchimed, que terá um hospital próprio. “Nosso plano não é anual. Nós temos um plano de longo prazo, que contempla pelo menos os próximos 5 anos. Em breve, a comunidade terá à disposição estruturas que vão mudar o patamar de serviços em saúde oferecidos na serra gaúcha, como o Medical Center (foto à esquerda) e o Hospital do Tacchimed (foto à direita). Nosso principal mérito foi garantir o andamento das obras neste cenário de incertezas que a saúde vive, sobretudo em termos de segurança financeira e previsibilidade.”
Movimentos mais recentes que ajudam a evidenciar os esforços para aperfeiçoar a eficiência
A parceria com empresas locais tem gerado ganhos importantes para o Tacchini, principalmente na área de tecnologia. “A cultura organizacional de melhoria contínua que estamos desenvolvendo no Tacchini fez com que, ao longo do tempo, passássemos a ter comportamentos cada vez mais semelhantes ao de uma startup. Ou seja: nos desafiamos permanentemente a encontrar e desenvolver soluções alternativas às oferecidas pelo mercado. Com o apoio de parceiros locais, conseguimos implementar tecnologias sob medida a partir de investimentos muito menores, que cabem no orçamento de instituições com o tamanho do Tacchini.”
“Desafiando os profissionais da instituição, conseguimos avanços muito importantes. Há mais de uma década, trabalhamos com prontuário eletrônico em 100% do hospital e com coleta à beira do leito. A interoperabilidade de sistemas, que permite o controle automático dos sinais vitais dos pacientes, enviando as informações ao servidor minuto a minuto, está ativa em nossas UTIs Adulto, Pediátrica e Neonatal, há pelo menos dois anos”, completa.
“Esse é apenas um dos exemplos que podemos citar de projetos de sucesso que melhoraram o atendimento ao cliente. Além de diminuir as possibilidades de erro humano, a equipe multiprofissional ganha tempo para investir na atenção ao paciente, uma vez que os processos burocráticos se tornam mais eficazes.”
PUBLICIDADE
Avaliação dos protocolos para analisar onde é possível melhorar
Uma das principais diretrizes estipuladas para o ciclo 2024 é a intensificação da correlação entre desfechos e linhas de cuidado, segundo Mancio. “Em 2024 será marcado pela intensificação da correlação entre desfechos e linhas de tratamento adotadas pelo Instituto do Câncer do Tacchini. Nos últimos 20 anos, nós tratamos a partir de protocolos e diretrizes elaborados pela comunidade médica e criamos um banco de dados extenso.”
“O que vamos fazer é uma avaliação destes protocolos para analisar profundamente onde podemos melhorar. A intenção é entregar o melhor desfecho possível aos nossos clientes. É nossa obrigação avaliar cada detalhe para oferecer o melhor para os pacientes.”
Importância das entidades setoriais
“Neste momento de crise, é importante destacar a atuação das entidades setoriais. É preciso unir forças, trabalhar em equipe, para chegar aos melhores resultados. Ao trazer a discussão para dentro de uma federação, agregamos visões e possibilidades de solução que ajudem a todos” afirma Mancio.
“Um setor desorganizado não consegue enfrentar as operadoras gigantes de mercado ou o governo que define regras muitas vezes sem o conhecimento pleno da matéria”, entende.
“Esse trabalho exige confiança, mas não só isso, também de alinhamento de objetivos, pois os hospitais não são iguais e nem possuem as mesmas necessidades. Primeiro temos que definir o que é comum entre todos.”
“Os governos continuam desenhando soluções de forma isolada. Editam as portarias e depois vão tentar implantar”
Ao falar sobre gargalos que devem ser foco de atenção dos governos e das organizações de saúde em 2024, Mancio entende que o subfinanciamento da sáude pública e a falta de integração é um problema a ser enfrentado em 2024. “O problema do sistema de saúde continua sendo o subfinanciamento da saúde pública. Se abríssemos mais portas de diálogo para construir soluções integradas, ficaria mais fácil achar caminhos. Os governos continuam desenhando soluções de forma isolada. Editam as portarias e depois vão tentar implantar. É muita perda de energia. Por isto a relevância do papel das entidades representativas para discussão dos problemas e alternativas”, reforça Mancio.
“Nem tudo pode ser resolvido em um ano ou em um mandato. Mas se dividirmos a solução de um grande problema em etapas, ele se torna possível de resolver.”
Um exemplo, conforme Mancio, é o projeto Bento +20. “Em Bento Gonçalves, a união entre poder público e entidades privadas criou o Bento +20, uma iniciativa composta por câmaras técnicas setoriais, que se dedicou a pensar o município pelas próximas duas décadas. O Tacchini participou com profissionais ligados à Secretaria Municipal de Saúde, Associação dos Médicos de Bento Gonçalves e Conselho Municipal de Saúde. Este planejamento é apresentado a cada prefeito no início do mandato, mantendo-se uma direção de longo prazo.”
“Dessa forma, com o compartilhamento de conhecimento, estamos desenvolvendo uma série de ações pensadas para assegurar, no presente e no futuro, meios para se viver mais e melhor no município”, finaliza.