Instituto Butantan faz pedido de uso emergencial de mais 4,8 milhões de doses da CoronaVac
Caso Anvisa aprove, Butantan poderá produzir 40 milhões de dosesO Instituto Butantan, que produz no Brasil a CoronaVac, vacina contra a Covid-19 produzida em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac Biotech, solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o registro emergencial para um segundo lote de 4,8 milhões de novas doses da vacina*.
Com a aprovação da Anvisa, o Butantan poderá produzir 40 milhões de doses. Segundo o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, o pedido de autorização do uso emergencial do segundo lote abrangerá um número ainda maior de doses. “A primeira partida é de 4 milhões e 800 mil já em disponibilidade na medida em que for feita essa segunda autorização. Uma vez aprovado, daí a produção do Butantan será feita de acordo com essa autorização, isto é, não haverá a necessidade de todo o lote ser requisitado (o pedido emergencial), podendo chegar a uma produção adicional de 35 milhões de doses”, explicou.
Anvisa
No domingo, a Anvisa aprovou o uso emergencial das vacinas CoronaVac, produzidas no Brasil pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac Biotech, e a vacina ChAdOx1 nCoV-19, da farmacêutica britânica AstraZeneca e Universidade de Oxford, que será produzida no Brasil em parceria com a Fiocruz.
É importante frisar que a autorização de domingo da Anvisa é de 8 milhões de doses importadas (ainda não há aprovação de doses produzidas em solo brasileiro). No momento, o país tem à disposição 6 milhões de doses da CoronaVac – 2 milhões de doses da vacina da AstraZeneca/Oxford chegarão da Índia, sem data prevista.
Butantan prevê entrega de 46 milhões de doses até abril
De acordo com o Governo de SP, novas remessas de insumos para envase deverão chegar nas próximas semanas, aguardando apenas aval do Governo da China. Das 8,7 milhões de doses previstas em contrato para entrega até 31 de janeiro, 6 milhões já foram encaminhadas. As demais devem seguir até o final deste mês. A programação prevê que até abril o Butantan entregue ao Ministério da Saúde 46 milhões de doses da vacina.
Butantan prevê produção de 2 milhões de doses por dia
A expectativa do Butantan é conseguir duplicar a produção da vacina nesta semana, passando a produzir 2 milhões de doses diárias do imunizante. Caso consigam finalizar toda produção da vacina contra a influenza, os pesquisadores irão concentrar dois setores inteiros na produção da CoronaVac.
Ontem, durante entrevista coletiva para anunciar o início da vacinação, Covas disse que aguarda autorização do governo chinês para importação de novos insumos, que serão usados na produção de novas doses.
A primeira pessoa vacinada no Brasil
Uma profissional de saúde de São Paulo foi a primeira pessoa vacinada no Brasil. No domingo, a enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos, que mora em Itaquera, na zona Leste da capital paulista, recebeu a dose do imunizante no hospital Emílio Ribas, especializado em infectologia localizado no bairro Pacaembu.
“Não é apenas uma vacina. É o recomeço de uma vida que pode ser justa, sem preconceitos e com garantia de que todos nós teremos as mesmas condições de viver dignamente, com saúde e bem-estar”, afirmou a enfermeira, que é obesa, hipertensa e diabética.[
Em maio, quando a primeira onda da pandemia entrava na fase de pico em São Paulo, Mônica decidiu se inscrever para vagas de enfermagem com contrato por tempo determinado. Entre vários hospitais, escolheu trabalhar no Instituto de Infectologia Emílio Ribas mesmo sabendo que estaria no epicentro do combate ao coronavírus. “A vocação falou mais alto”, afirmou.
Na segunda-feira (18), o Governo de SP iniciou a distribuição das vacinas e insumos para imunização contra a COVID-19 nos cinco hospitais-escola do interior: os Hospitais das Clínicas de Campinas, Botucatu, Ribeirão Preto, Marília e o Hospital de Base de São José do Rio Preto. No total, cerca de 60 mil profissionais que atuam nesses hospitais serão imunizados contra a COVID-19 com a vacina do Butantan.
NOTA: No dia 22 o Butantan alterou o seu comunicado inicial e disse que o montante é de 4,1 milhões de doses e não 4,8 milhões: “Após processo de envase e conferência do lote, no entanto, o número de doses produzidas no complexo fabril da instituição foi de 4,1 milhões”, informou o instituto em nota.
Com informações do Governo de SP e Uol. Edição do Setor Saúde.