Iniciativa de Open Health ganha vida com conexões via BioHub do Tecnopuc
Projeto Interoperabilidade integra hospitais Ernesto Dornelles, São Lucas da PUCRS, Mãe de Deus e a operadora Unimed Porto Alegre.Imagine chegar em uma emergência hospitalar desacordado e sem alguém que conheça seu histórico de saúde ou, num intervalo pequeno de tempo, ter que repetir os mesmos exames em hospitais diferentes. Essas são duas experiências rotineiras na vida de milhares de pessoas que buscam tratamento médico, mas podem estar próximas de serem melhoradas.
Buscar uma solução com foco em melhorar a experiência e a segurança do paciente, reduzir custos e contribuir para um diagnóstico mais efetivo aproximou o Centro de Inovação e Tecnologia em Saúde (CitS) do Hospital Ernesto Dornelles (HED) do BioHub – Hub de Saúde do Tecnopuc, que conectou com o Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) e a startup Sisqualis, resultando no projeto Interoperabilidade. No dia 10 de novembro o Hospital Mãe de Deus e a Unimed Porto Alegre também passaram a integrar a iniciativa.
Para Geraldo Aguiar, gestor de projetos e inovação do HED, “A interoperabilidade representa um marco muito importante, valorizando, desenvolvendo e acelerando a questão da saúde populacional. A gente consegue diminuir as distâncias e, com isso, fazer uma integração de dados focando no melhor atendimento do paciente”, comenta Geraldo.
Com a iniciativa, os dados dos pacientes que consultarem o pronto atendimento de uma das instituições de saúde parceiras, ficarão disponíveis para consulta das outras, quando o mesmo procurar o serviço. Essa conexão é proporcionada pela solução tecnológica desenvolvida pela startup Sisqualis.
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Interoperabilidade de dados e Open Health
A interoperabilidade de dados é a capacidade de transferir e utilizar informações de maneira uniforme e eficiente entre várias organizações e sistemas de informação. É uma iniciativa essencial para viabilizar o Open Health, que tem como objetivo o compartilhamento de dados, conforme regramento da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), entre atores da saúde. A ação incentiva e conscientiza profissionais de saúde e pacientes quanto aos benefícios e a importância da integração dos dados de todo ecossistema, resultando na melhoria dos processos e na entrega de melhores serviços.
A transição de dados é uma ação estratégica para otimizar tanto a gestão de instituições de saúde quanto a qualidade do atendimento. Para os pacientes, ela consolida uma visão integrada do histórico de saúde, minimizando erros e redundâncias. Instituições hospitalares e operadoras de saúde se beneficiam ao alcançar uma operação mais eficiente, reduzir custos, melhorar a coordenação de cuidados e planejar ações com base em análises aprimoradas. Médicos obtêm insights mais precisos para diagnósticos e tratamentos, enquanto a pesquisa em áreas administrativas, multidisciplinares e de ciência da computação encontra na interoperabilidade uma janela para inovações, otimização de processos e desenvolvimento de soluções mais eficazes para os desafios da saúde.
Proporcionar essa conexão entre atores que fazem parte do ecossistema Tecnopuc e fora dela é um dos papéis do hub de saúde do Tecnopuc, o BioHub. Rafael Reimann Baptista, coordenador do BioHub, comenta que o projeto interoperabilidade ressalta, ainda mais, o papel do hub. “Esse projeto é um case porque mostra como o hub pode prospectar negócios para os seus stakeholders e para as startups do ecossistema desenvolvendo tecnologias que efetivamente vão solucionar um desafio do hospital. Esse projeto diz respeito a jornada do paciente. A interoperabilidade significa dizer que aqueles dados de saúde são do paciente e ele os leva para onde quiser. O impacto disso é gigante, em vários níveis. Um deles é na experiência do usuário. São os teus dados de saúde e nada mais óbvio de que esses dados andem com o paciente para onde ele for”, destaca Rafael.
Sisqualis
Desde 2019, a Sisqualis faz parte do Tecnopuc. A startup é responsável por criar soluções para o gerenciamento de informações na área da saúde. Uma delas, unifica dados de laboratórios, prontuários hospitalares, histórico de atendimentos em ambulatórios, farmácias, unidades de saúde públicas ou privadas, além de vacinas, entre outros.
Para além dos benefícios imediatos aos pacientes e aos profissionais da saúde, Guilherme Barros, sócio e diretor de operações da Sisqualis, destaca as vantagens para o avanço científico da área: “Quando a gente unifica, a gente cria possibilidades de fazer novas ações com esses dados, de gerar novas informações sobre epidemiologia, fortalecer a questão da saúde populacional. Ao integrar as informações, ampliamos as possibilidades de analisar esses dados, aplicando em ciência de dados para a saúde. Além de toda a possibilidade de entender toda a jornada do paciente, melhorando toda a coordenação da saúde, do pré ao pós-hospitalar.
Guilherme explica, ainda, que a proposta da plataforma é ler os dados na linguagem que cada hospital ou ambulatório utiliza, traduzi-los para as linguagens dos demais centros conectados à iniciativa e disponibilizá-los já com o formato utilizado em cada centro, o que possibilita gerenciar essas informações de forma simples, sem que haja necessidade de acessar uma nova aplicação ou gerenciar outro sistema.
Para o futuro, o projeto pretende envolver outros hospitais e centros de saúde, ampliando a rede para favorecer ainda mais a população e fortalecer a área, nos âmbitos público e privado.
Com informações Tecnopuc. Edição SS.