Estatísticas e Análises, Gestão e Qualidade | 14 de maio de 2023

Hemobrás se posiciona contra a PEC 10/2022 e repudia alerta da ABBS

Segundo o presidente Antonio Edson Lucena "o desperdício de plasma apontado pela ABBS pode ser sanado imediatamente sem necessidade de alterar qualquer regramento"
Hemobrás se posiciona após alerta da Associação Brasileira de Bancos de Sangue

A Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), vinculada ao Ministério da Saúde, se posicionou contra a PEC 10/2022 e repudiou o alerta da Associação Brasileira de Bancos de Sangue (ABBS). A estatal enviou resposta à publicação da matéria “Derivado do sangue que poderia salvar vidas vai para o lixo, alerta Associação Brasileira de Bancos de Sangue“, publicada pelo portal Setor Saúde, no dia 11 de maio. Com base em informações da ABBS, o Brasil descartaria 85% do total de plasma produzido pelos bancos de sangue no país.

Ainda segundo a Associação, este hemoderivado poderia ser aproveitado para a produzir medicamentos para tratar hemofilia, insuficiência renal crônica, doenças do fígado, Aids e outras enfermidades, bem como para uso em grandes cirurgias e Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). A legislação atual não permite o aproveitamento do plasma pelos hemocentros privados.


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Na referida matéria, o presidente da ABBS, médico Paulo Tadeu de Almeida, destacou que a PEC 10/2022, que tramita no Congresso, é uma oportunidade de reparar o grave problema histórico de desperdício de plasma no país.

“Queremos reverter esse jogo, que contribuirá para salvar a vida de milhares de brasileiros anualmente. O Brasil tem grupos econômicos com expertise e interesse em produzir medicamentos a partir do plasma. Com isso, o país poderá alcançar a autossuficiência desta produção, em vez de depender de medicamentos importados”, afirmou. Segundo o especialista, com a aprovação da PEC, a iniciativa privada poderá contribuir para complementar o fornecimento de plasma no país, em vez de simplesmente descartá-lo, mantendo-se o compromisso e o respeito com a ética médica.


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Hemobrás: Desperdício de plasma apontado pela ABBS pode ser sanado imediatamente

Conforme resposta do presidente da Hemobrás, Antonio Edson Lucena, a estatal “retomou a Gestão do Plasma Brasileiro e tem infraestrutura suficiente e adequada para recolher todo o plasma do país, seja da rede pública ou privada. O desperdício de plasma apontado pela ABBS pode ser sanado imediatamente sem necessidade de alterar qualquer regramento.”

A estatal diz ter consciência da necessidade de fracionar a maior quantidade possível do material para “diminuir a dependência internacional e combater a desinformação.”


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429 mil frascos de hemoderivados entregues ao Ministério da Saúde

Desde a retomada da gestão do plasma pela Hemobrás em 2020, foram entregues ao Ministério da Saúde mais de 429 mil frascos de hemoderivados obtidos a partir do fracionamento do plasma brasileiro, afirma a estatal.

No final, a Hemobrás enfatiza as possíveis consequências da entrada em vigor da PEC 10 como, por exemplo, a eliminação da garantia de acesso igualitário aos medicamentos hemoderivados, essenciais à vida de milhares de pessoas com hemofilia, além de pacientes com incapacidades transitórias ou não do sistema imune, queimaduras graves, dentre outras situações clínicas.

Confira a resposta completa da Hemobrás

Em resposta, a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) afirma que, é necessário reavaliar essa base de dados pois certamente precisa de atualização uma vez que a partir da portaria nº 1710/20, a Hemobrás retomou a Gestão do Plasma Brasileiro e tem infraestrutura suficiente e adequada para recolher todo o plasma do país, seja da rede pública ou privada.

“O desperdício de plasma apontado pela ABBS pode ser sanado imediatamente sem necessidade de alterar qualquer regramento. A Hemobrás dispõe de instrumento contratual adequado para viabilizar o fracionamento imediato e estamos prontos para recolher o plasma da hemorrede privada em prática similar à que já está fazendo com a hemorrede da rede pública”, afirmou o presidente Antonio Edson Lucena. A Hemobrás é a única empresa autorizada a fazer isso no Brasil e tem consciência da necessidade de fracionar a maior quantidade possível do material para diminuir a dependência internacional e combater a desinformação.

A Proposta de Emenda à Constituição nº 10 de 2022 traz como justificativa para a sua implementação um período em que a Hemobrás não tinha a gestão do plasma e estava impedida de exercer sua função social. Desde a retomada da gestão do plasma pela Hemobrás em 2020, foram entregues ao Ministério da Saúde mais de 429 mil frascos de hemoderivados obtidos a partir do fracionamento do plasma brasileiro.

Além disso, faz-se necessário enfatizar as possíveis consequências da entrada em vigor da PEC 10 que é a eliminação da garantia de acesso igualitário aos medicamentos hemoderivados, essenciais à vida de milhares de pessoas com hemofilia, além de pacientes com incapacidades transitórias ou não do sistema imune, queimaduras graves, dentre outras situações clínicas.

 



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