As taxas de readmissão hospitalar após uma cirurgia de emergência são cada vez mais utilizadas como avaliador da qualidade do atendimento ao paciente, e também, como avaliação de desempenho do médico nos casos em que o modelo de remuneração se dá por serviço executado. ​

​Como tal, a redução das taxas de readmissão hospitalar tornou-se um foco de médicos e administradores hospitalares, bem como formuladores de políticas de reembolso. As cirurgias de cuidados agudos englobam trauma, cuidados intensivos cirúrgicos, cirurgia geral e de emergência. São definidas como cirurgias gerais e de emergência (ou em tradução livre, emergency general surgery – EGS).

Pacientes das alas de emergência, em salas de cirurgia, representam um grupo único que requer atenção especial, pelo alto risco a erros médicos e complicações após a cirurgia. Aproximadamente metade de todos os pacientes submetidos às intervenções de emergência nas salas de cirurgia poderá ter uma complicação pós-operatória. Estas complicações pós-operatórias se traduzem em readmissão hospitalar, de acordo com informações do estudo feito.

Joaquim M. Havens, médico do Hospital Brigham and Women, em Boston, e sua equipe, examinaram as taxas de readmissão e os fatores de risco para readmissão após procedimentos mais comuns neste caso. O estudo incluiu pacientes submetidos a EGS identificados na Base de Dados do Estado da Califórnia (entre os anos de 2007 e 2011). Estes pacientes tinham de 18 anos ou mais. Foi identificado os cinco procedimentos mais realizados em cada um dos 11 grupos de diagnóstico da EGS, juntamente foram coletadas informações como: dados demográficos do paciente, tempo de internação, complicações e altas.

Dentre os 177.511 pacientes que preencheram os critérios de inclusão, 57% deles eram brancos, 49% foram atendidos por planos privados e a maioria tinham de 45 anos ou mais (51%).

Apendicectomia laparoscópica (35%) e remoção da vesícula biliar por laparoscopia (19%) foram os procedimentos mais comuns. A taxa geral de 30 dias para a readmissão hospitalar foi de 5,9%. Taxas de readmissão variaram de 4 % (gastrointestinal superior) a 17 % (cardiotorácica). Dos reinternados, 17% foram readmitidos em um hospital diferente.

Estudiosos acreditam que a readmissão dos pacientes poderia, também, dever-se em função de doenças pré-existentes. As razões mais comuns para a readmissão foram infecções hospitalares (17%), complicações gastrointestinais (11%) e complicações pulmonares (4%).

“Reduzir readmissões é uma meta nobre de redução de custos com benefícios não só para os hospitais, mas também para os pacientes. No entanto, é fundamental entender os fatores associados à readmissão a fim de identificar adequadamente as medidas de melhoria da qualidade. Devem ser feitos esforços concertados e focados para se incorporar estratégias de redução de reinternação de pacientes da EGS, especialmente entre aqueles com maior risco de readmissão “, escrevem os autores.

Oportunidades para melhorar o atendimento de pacientes cirúrgicos

“Este artigo contribui com mais uma prova de que temos uma grande oportunidade de intervir em nome dos nossos pacientes e melhorar seus resultados”, escreve Joe O. Hines, médico da Faculdade de Medicina David Geffen na Universidade da Califórnia, em Los Angeles.

“Embora os programas locais podem ser instituídos para prevenir complicações e readmissões, a incorporação de registros eletrônicos e a criação de grandes sistemas de dados vai facilitar um melhor atendimento para 15% a 20% dos pacientes que são readmitidos em um hospital diferente”, defendeu o especialista.

Mais informações em Defining Rates and Risk Factors for Readmissions Following Emergency General Surgery

Em matéria recente do Setor Saúde, foi mostrado que hospitais começam a trabalhar com serviços de home care para diminuir reinternações em pacientes cardíacos, submetidos a intervenção cirúrgica, veja em hospital adota atendimento em domicilio visando diminuir reinternação de pacientes cardíacos.