Em tempos em que crise e recessão afetam diversos setores em todo o mundo, saber como agir é fundamental para uma empresa ou instituição. O periódico canadense The Globe and Mail entrevistou o professor de Estratégia e Empreendedorismo da London Business School, Ioannis Ioannou.

Durante a recessão, salienta o especialista, “há incerteza, há uma restrição de liquidez e, portanto, algumas empresas são suscetíveis a adiar alguns projetos, demitir ou dar licença a profissionais e assim por diante”. Em contrapartida, também é possível que instituições encontrem oportunidades. ” A crise é também uma situação em que os preços de ações e de ativos caem”, ou seja, pode ser o momento certo de investir.

Ioannou lembra a grande recessão ocorrida entre 2007 e 2009, quando foi analisado o comportamento das empresas norte-americanas. Assim, a grande descoberta deste trabalho foi que as empresas, em geral, diminuíram sua força de trabalho e reduziram os seus gastos de capital. “No entanto, elas mantiveram seus investimentos em capacidade de inovação e em termos de relações com parceiros”, diz ele. “As empresas que não reduziram os investimentos são as únicas  que cresceram após a crise”, esclarece o professor.

O especialista atribui isso a “recursos intangíveis”. Ou seja, “a capacidade de inovação e de se relacionar com parceiros. Defendemos que esses tipos de recursos são particularmente importantes durante uma crise por três razões. Uma delas, porque permitem que as empresas se tornem mais eficientes e criativas. Em segundo lugar, as empresas se tornam mais adaptáveis em tempos de crise. Em terceiro lugar, permite às organizações, serem mais resilientes em tempos de crise”.

Tais atributos são particularmente valiosos e úteis, “porque a crise é uma situação em que você tem rupturas no ambiente de negócios. Não é como uma evolução tecnológica da indústria, esta é uma crise muito maior. Ela apresenta uma grande incerteza, que perturba as relações não só com clientes, mas com uma série de partes interessadas”. Ioannis Ioannou conclui a entrevista afirmando que os recursos nestes mecanismos [capacidade de inovação e relacionamento; adaptação; resiliência] são “particularmente valiosos”.