Estatísticas e Análises | 16 de fevereiro de 2017

Como exercícios físicos impactam a nossa visão?

Pesquisa realizada identificou os benefícios dos exercícios físicos
Como exercícios físicos impactam a nossa visão

É de senso comum que os exercícios ajudam na saúde e trazem diversos benefícios. Além da própria musculatura, eles também podem reduzir o risco de doenças, melhoram o sono, o humor e até mesmo a memória. O exercício aumenta ainda o funcionamento cognitivo e libera substâncias químicas no corpo relacionadas ao prazer. Mas, eles podem melhorar a visão? Essa foi a pergunta realizada pelos psicólogos da Universidade de Santa Barbara, Barry Giesbrecht e Tom Bullock, em sua pesquisa.

Para responder essa questão, eles projetaram um experimento usando medidas comportamentais e técnicas de neuroimagem para explorar como exercícios físicos exercem impacto no desempenho humano e na atividade neural. Os pesquisadores descobriram que o exercício de baixa intensidade impulsionou a ativação no córtex visual, a parte do córtex cerebral que desempenha um papel importante no processamento de informações visuais.

Barry Giesbrecht acredita que os exercícios ativam um novo olhar, com foco diferente. “Mostramos que a ativação aumentada, que chamamos de excitação, muda a forma como a informação é representada e é muito mais seletiva”, explica.

Ele também afirmou que devemos entender como podemos usar essa informação de maneira diferente. “Existe uma interessante ligação entre espécies que mostra que esses efeitos da excitação podem ter consequências semelhantes sobre como a informação visual é processada”, conta.

Para investigar como o exercício afeta diferentes aspectos da função cognitiva, os pesquisadores recrutaram 18 voluntários. Cada um deles usava um monitor de frequência cardíaca sem fio e um tampão de eletroencefalograma contendo 64 eletrodos no couro cabeludo. Em uma bicicleta ergométrica, os participantes realizaram uma tarefa de orientação simples usando estímulos de alto contraste compostos por barras pretas e brancas alternadas apresentadas em nove diferentes orientações espaciais. As tarefas foram realizadas em repouso e durante exercícios de baixa e alta intensidade.

Os cientistas colocaram os dados gravados do cérebro em um modelo computacional que permitiu calcular as respostas dos neurônios no córtex visual ativado pelos estímulos visuais. Eles analisaram as respostas enquanto os participantes estavam em repouso, depois e durante o exercício de baixa e alta intensidade.

Esta abordagem ajuda a entender o que as grandes populações de neurônios no córtex visual estavam fazendo em relação a cada uma das diferentes orientações de estímulo. Os pesquisadores foram capazes de gerar uma “curva de ajuste”, que estima quão bem os neurônios estão representando as diferentes orientações de estímulo.

“Descobrimos que a resposta de pico é reforçada durante o exercício de baixa intensidade em relação ao repouso e ao exercício de alta intensidade”, disse um dos autores, Tom Bullock. “Nós também descobrimos que a curva se estreita, o que sugere uma redução na largura de banda. Juntos, o aumento de ganho e largura de banda reduzida sugerem que esses neurônios estão se tornando mais sensíveis aos estímulos apresentados durante a condição de exercício de baixa intensidade em relação às outras condições”, informa.

Em geral, a pesquisa ressaltou a importância dos exercícios. “Os exercícios podem fornecer uma maneira melhor de influenciar o processamento da informação, até mesmo em relação a jogos de treinamento cerebral ou meditação”, concluiu Giesbrecht.

VEJA TAMBÉM