Cientistas descobriram uma maneira de prevenir a propagação do câncer metastático, visando o “eixo central” (lynchpin) da molécula, fundamental para a disseminação das células tumorais em todo o corpo. O estudo foi publicado no periódico Cancer Cells.

De acordo com o jornal inglês Independent, experiências com ratos de laboratório com a forma humana de câncer de próstata demonstraram que pode ser possível evitar a metástase em humanos, alvejando a molécula de proteína conhecida como a DNA-PKcs.

A metástase normalmente leva à morte. Ou seja, qualquer forma de retardar ou impedir o processo, pode prolongar a vida do paciente de forma significativa. Segundo os estudos de uma equipe liderada por Karen Knudsen, diretora do Centro de Câncer Kimmel Sidney na Thomas Jefferson University, o DNA-PKcs desempenha um papel crucial na metástase porque atua como uma enzima de reparação, que corrige mutações do DNA encontradas em células de câncer. Sem a proteína, essas células defeituosas normalmente se autodestroem.

“Descobrimos que a molécula poderia fornecer um meio de acabar com a metástase, bloqueando os caminhos que a controlam, antes que ela tenha início”, revelou a especialista. O estudo mostrou que o bloqueio de DNA-PKcs em camundongos com câncer de próstata impediu que as células do tumor se espalhassem, e os tumores metastáticos em animais com doença metastática mostrou sinais de serem menos agressivos. “Estes resultados sugerem fortemente que o DNA-PKcs é o principal regulador dos sinais que conduzem o desenvolvimento de metástases e que elevados níveis de DNA-PKcs poderiam prever quais os tumores em fase inicial podem passar a metastizar”, completou a Dra. Knudsen.

Os pesquisadores disseram que os ensaios clínicos com a droga CC-115, um inibidor de DNA-PKcs, estão programados para começar em breve para os pacientes que apresentem sinais de câncer avançado. “Embora o caminho para a aprovação de medicamentos possa levar muitos anos, estes novos dados fornecerão insights sobre o efeito de inibidores de DNA-PKcs como agentes anti-tumorais”.

Usando esta proteína como um marcador de doença grave, é possível também identificar pacientes cujos tumores irão evoluir para doença metastática agressiva, para que possamos tratá-los com uma terapia mais agressiva.