Mundo | 2 de maio de 2017

Cientistas apresentam aplicativo que rastreia e analisa taxa de esperma

Foi desenvolvido pela Harvard Medical School e Brigham and Women's Hospital, de Boston
Cientistas apresentam aplicativo que rastreia e analisa taxa de esperma1

Pesquisadores da Harvard Medical School e do Brigham and Women’s Hospital desenvolveram uma maneira barata e discreta para rastrear e calcular a taxa de fertilidade masculina.

Usando a câmera do telefone celular e um case especialmente produzido em uma impressora 3D, o aplicativo pode medir a quantidade de esperma no sêmen e quantos deles estão realmente “nadando”.

“Para a análise do sêmen, a medição da concentração de esperma e mobilidade são os parâmetros mais críticos que os médicos procuram”, disse Hadi Shafiee, autor do estudo. Esta nova tecnologia foi descrita em um estudo publicado na revista Science Translational Medicine.

A idéia de desenvolver esta tecnologia surgiu há dois anos e meio atrás, após Shafiee conversar com vários urologistas. Após uma vasectomia, os homens tiveram de voltar ao hospital algumas vezes após o procedimento para testar seu sêmen. Os urologistas disseram a Shafiee que seria útil se os pacientes pudessem testar seu sêmen em casa. A análise de sêmen por computador é cara e demorada, enquanto a análise manual de sêmen é subjetiva e os resultados podem ser inconsistentes entre laboratórios.

Além dos testes pós-vasectomia, Shafiee vê inúmeras outras aplicações para este tipo de tecnologia. Os casais que tentam ter filhos, por exemplo, não necessitariam visitar uma clínica. Pessoas com smartphones em países em desenvolvimento poderiam usá-lo sempre que uma clínica fosse muito distante, ou se não tivessem os recursos para fazê-lo. Os criadores de animais também poderiam adaptar o kit para testar regularmente o sêmen animal. 

Como funciona

case de telefone contém duas lentes retiradas de unidades de CD e DVD e uma luz LED para iluminar a amostra. O case tem um custo de 3,59 dólares para ser elaborado. Para carregar o esperma no case, os pesquisadores projetaram um recipiente operado manualmente que custou menos de 1 dólar (0,86 centavos de dólar exatamente).

Mas por enquanto, o aplicativo e os acessórios do telefone não estarão disponíveis tão cedo. Os pesquisadores ainda estão planejando fazer novos testes de segurança, e já buscam aprovação da agência reguladora de tecnologias para a saúde a The Food and Drug Administration (FDA), similar à Anvisa no Brasil. Shafiee planeja criar uma startup para conseguir disponibilizar o produto em lojas e farmácias. A previsão é de que o kit inteiro custe cerca de 50 dólares no mercado.

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