Um novo sistema de detecção óptica de câncer pode maximizar a identificação de células cancerígenas durante cirurgias, de acordo com um estudo publicado em junho no jornal científico Cancer Research.

Pesquisadores do Montreal Neurological Institute and Hospital e da McGill University, em Montreal (Canadá), criaram um sistema de detecção óptica que combina espectroscopia de fluorescência intrínseca (IFS, do inglês Intrinsic Fluorescence Spectroscopy), espectroscopia de reflexão difusa (DRS, do inglês Diffuse Reflectance Spectroscopy) e espectroscopia de Raman (RS, do inglês Raman Spectroscopy).

Ao utilizar este dispositivo, os pesquisadores descobriram que o câncer de pulmão, de cólon e de pele pode ser detectado durante a cirurgia com 97% de precisão, 100% de sensibilidade e 93% de especificidade.

Em um estudo de validação do sistema óptico entre 15 pacientes com gliomas de grau II a IV e câncer de cérebro metastático, a imagem foi grandemente aprimorada. Medida como área sob a curva (AUC, do inglês Area Under the Curve), a capacidade de detecção do câncer aumentou em até 5%.

Em entrevista para a Medscape, o coautor e pesquisador sênior, Dr. Kevin Petrecca, explica onde já foi testada a técnica. “Nós testamos estas técnicas em casos de câncer de cérebro, pulmão, mama, cólon, pele e próstata”, disse. “Estes métodos têm alta precisão nestes tipos de câncer – ainda não os testamos em outros tipos –, mas eles podem ser usados para detectar o câncer pelo menos em todos estes tipos”, explica o médico.

Petrecca acredita que esta técnica irá melhorar significativamente as cirurgias oncológicas. “Iniciamos um ensaio clínico sobre câncer de cérebro para abordar especificamente essa questão”, conta. Ele também lembra que os pesquisadores já deram início ao processo de busca da aprovação regulatória nos EUA, mas o tempo necessário para concluir este trâmite ainda não está claro.