Estatísticas e Análises | 20 de agosto de 2013

Brasil reduz risco em transfusão de sangue

Prévia do Relatório Anual de Hemoterapia apresenta queda no índice de serviços de risco em potencial
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A prévia do Relatório Anual da Avaliação Sanitária de Serviços de Hemoterapia – 2012, divulgado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na última sexta-feira, 16, revela que os riscos em potencial dos serviços de hemoterapia, que lidam com o ciclo de transfusão de sangue, apresentaram queda no Brasil.

Através do documento, a Anvisa traça o perfil sanitário dos serviços de hemoterapia do país, classificados em cinco categorias divididas entre baixo e alto risco sanitário. Entre os riscos em potencial estão a falta de manutenção de equipamentos, falhas na área física, na biossegurança e relato de ocorrências.

A análise da Agência Nacional abordou 1.053 serviços, mais da metade dos 2.016 cadastrados no Sistema Nacional de Cadastro de Serviço de Hemoterapia. A conclusão será divulgada no 5º Boletim Anual de Avaliação Sanitária em Serviços de Hemoterapia, a ser lançado no Congresso Brasileiro de Hematologia e Hemoterapia (Hemo 2013), em novembro.

Entre 2011 e 2012, os serviços considerados de médio e alto risco tiveram considerável queda de 21,56% para 16,34%. No outro extremo, houve aumento de 59,16% para 70,42% dos de baixo risco e de médio-baixo risco.

Os serviços de hemoterapia se dividem em seis categorias, com maior complexidade para questões como o ciclo do sangue (da captação do doador até a transfusão, passando pela coleta, processamento, exames laboratoriais), até as mais simples, como os estabelecimentos que recebem o sangue pronto, armazenam e, conforme necessário, analisam amostras do doente, testam a compatibilidade e aplicam o sangue.

Ainda há mais de 40% de desconformidade com as normas na área física, registro e qualificação de equipamentos e dispositivos e notificação de eventos adversos. O Brasil coleta cerca de quatro milhões de bolsas de sangue por ano, descartando 5% por razão de problemas sorológicos e 18% dos doadores são descartados por alguma incompatibilidade de saúde.

De acordo com João Paulo Baccara Araújo, gerente de sangue e componentes da Anvisa, as informações servem para serem criadas políticas públicas para melhorar o quadro da hemoterapia nacionalmente. Segundo ele, as regiões Sul e Sudeste estão avançando acima da média, enquanto a situação mais crítica é no Norte (apresentando 25% de serviços de alto risco).

Grupo de Hemoterapia da FEHOSUL

No Rio Grande do Sul, a categoria é representada pelo Grupo de Hemoterapia da FEHOSUL. Dentre as diversas reivindicações que visam a maior qualificação dos serviços está a regulamentação, junto à ANS, dos testes NAT (Nucleic Acid Test), que podem diagnosticar HIV, Hepatite B e C na sorologia do doador. Atualmente, as operadoras de planos de saúde se recusam a incluir e custear tal serviço.

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