Gestão e Qualidade, Tecnologia e Inovação | 21 de dezembro de 2022

Biópsia líquida: uma revolução no diagnóstico do câncer

Exame chega aos laboratórios brasileiros e traz vantagens à biópsia tradicional
Biópsia líquida: uma revolução no diagnóstico do câncer

Entre os avanços da medicina no tratamento contra o câncer, a biópsia líquida vem ganhando lugar de destaque. Diferentemente da tradicional, que requer um procedimento invasivo para obtenção de tecido tumoral, na biópsia líquida um exame de sangue é capaz de detectar alterações moleculares de tumor. A grande vantagem, além de uma menor intervenção, é que o exame pode revelar alterações decorrentes de qualquer lesão tumoral existente no organismo, enquanto na biópsia tradicional a análise é local e se limita ao material retirado.

Como os tumores são heterogêneos, com aquisição de mutações de resistência aos tratamentos, a biópsia líquida se posiciona como uma alternativa muito promissora na oncologia. Ela possibilita, por exemplo, coletas consecutivas de sangue, que guiam de forma mais precisa o médico na hora de definir o tratamento (revelando a resposta do organismo ao método escolhido), enquanto na biópsia tradicional a retirada do tecido não pode ser constante. O exame está chegando aos laboratórios brasileiros e é visto por alguns profissionais da medicina como uma revolução no diagnóstico da doença.

“É sem dúvida uma revolução tecnológica no diagnóstico molecular. Os médicos brasileiros estão gradualmente integrando a biópsia líquida como alternativa ao tecido”, afirma o oncologista Rodrigo Dienstmann, diretor de Medicina de Precisão no Grupo Oncoclínicas.

Para Dienstmann, as vantagens são muitas e vão desde a detecção de tumores em estágios iniciais com a individualização do tratamento pós-operatório, até a análise de mutações que guiam o uso de terapias-alvo na doença avançada, já que é possível monitorar os pacientes com coletas consecutivas. Mas os estudos relacionados à sua aplicação continuam. No país, ela vem sendo usada, principalmente, em fases mais avançadas do câncer. Porém, sua utilização em estágios iniciais, no contexto pós-operatório, muito em breve se tornará um aliado importante para guiar o médico na escolha de tratamentos.


PUBLICIDADE

Gestao-Financeira-Hospital-Receita-Hospitalar


“É possível otimizar o tratamento pós-operatório de acordo com resultados da biópsia líquida,  com testes individualizados para cada paciente. Se positiva, optar por um manejo mais agressivo. Se negativa, ser mais conservador com terapias”, explica o especialista.

Por trabalhar com alta tecnologia, o  custo  do exame  costuma ser mais elevado do que a opção  realizada no tecido.  Para Dienstmann, ainda há desafios para que  a biópsia líquida seja aplicada amplamente. Entre estes, estão a definição de parâmetros que guiem os profissionais, sobre, por exemplo, qual o melhor momento de realizar o teste, além da padronização da técnica e da interpretação de resultados.    

“Os médicos deverão seguir guias, que determinem quando indicar o teste, qual o tipo de teste, em que momento realizar a coleta de sangue, o que esperar dos resultados, como atuar frente a estes. Desta maneira, o trabalho coordenado entre equipes médicas e laboratórios é fundamental”, finaliza.

Fundada em 2010, a Oncoclínicas  conta com 129 unidades, entre clínicas de especialidades, diagnóstico e prevenção do câncer, centros ambulatoriais de tratamento infusional e radioterapia, laboratórios de genômica, anatomia patológica e centros de alta complexidade (cancer centers), localizados em 35 cidades brasileiras. Desde sua fundação, a Oncoclínicas tem passado por um rápido processo de expansão, com o propósito de elevar e democratizar o acesso ao melhor tratamento oncológico.

O corpo clínico da Companhia é composto por mais de 1.900 médicos especialistas com ênfase em oncologia, além das equipes multidisciplinares de apoio, que são responsáveis pela linha de cuidado integral no combate ao câncer. A Oncoclínicas tem parceria exclusiva no Brasil como o Dana-Farber CancerInstitute, um dos mais renomados centros de pesquisa e tratamento do câncer no mundo, afiliado à Harvard Medical School, em Boston, EUA.

 



VEJA TAMBÉM