Geral | 15 de julho de 2014

As complexidades da dor nas costas

Saiba mais sobre o problema e descubra dicas para evitá-lo
As complexidades da dor nas costas

A dor mecânica é a principal causadora de problemas nas costas, seja lombar, cervical, torácica, além de atingir extremidades como quadril, joelhos, tornozelos, ombros, cotovelos e punhos. Tem origem nas vértebras ou tecidos moles, nos discos ou articulações da coluna vertebral.

É também chamada de tensão lombosacra, síndrome lombar, dor lombar idiopática e lumbago. A dor pode manifestar-se de maneira aguda, com intensidade elevada e início súbito; ou pode ser crônica, com intensidade menor, mas de duração prolongada. O paciente pode alterar períodos com e sem dor. Exercícios repetitivos podem diminuir, centralizar a dor irradiada e eliminá-la de maneira consistente, assim como é possível definir movimentos que pioram a dor. As dores são resultado de postura inadequada, pequenos ou grandes traumas ou má cicatrização.

A forma mais aguda é a “tensão nas costas”, causada por um movimento errado ou um grande esforço. As costas “travam” com violência e, na maioria das vezes, é preciso dois a três dias para a recuperação. Se a dor é superada em uma semana ou duas, o incidente não deixa sequelas e pode nunca acontecer novamente. Outros tipos de dor podem ser oriundos de eventos menos agressivos, como o esforço de trabalho adicional, um período longo de esforço. Geralmente, a dor desaparece dentro de uma a duas semanas, seja espontaneamente ou com a ajuda de analgésicos.

Com exceção da lombalgia, que requer imobilização, é importante não limitar as atividades, pois a falta de movimentação é um fator agravante. A dor lombar crônica está associada a problemas do disco intervertebral, tratada com analgésicos e, tão importante quanto, a movimentação – por meio de fisioterapia ou exercício físico. De acordo com levantamento do jornal francês  Le Figaro, a cirurgia para resolver a questão ainda é uma opção que os reumatologistas franceses relutam em oferecer.

Cirurgias podem liberar a raiz do nervo, causando dor através da remoção do disco, que é substituído por uma prótese. As técnicas evoluíram, as intervenções são menos invasivas, com incisões pequenas. “O estreitamento do canal vertebral é uma causa relativamente comum de dor nas costas, muitas vezes ignorada pelos médicos”, diz o médico Charles Court, Secretário Geral da Sociedade Francesa de Cirurgia Ortopédica e Traumatologia. “Os próprios pacientes, às vezes não entendem os sintomas, pois sua chegada é lenta e insidiosa”.

A demora no diagnóstico pode fazer a diferença entre dor lombar e artrite espondiloepifisária (inflamação). Mais de sete em cada 10 pessoas no mundo terão dor nas costas ao longo da vida, geralmente por pequenos períodos, mas às vezes de forma crônica. Mesmo assim, ainda são poucos os que procuram auxílio profissional, o que prejudica a recuperação. Em cerca de 5% a 10% dos casos, especialmente em pacientes mais jovens, a causa é principalmente inflamatória: é então uma artrite espondiloepifisária. “O diagnóstico é baseado principalmente em uma lista de perguntas que identificam a natureza inflamatória da dor”, diz o professor Francis Berenbaum, chefe de Reumatologia do Hospital Saint-Antoine, em Paris. Para mais de 80% dos pacientes, a solução baseia-se no uso de anti-inflamatórios.

Um outro estudo dinamarquês indicou que em mais de um terço dos casos de dor lombar crônica com hérnia de disco, pode ser difícil de identificar.

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), 85% a 90% da população sofre ou ainda vai sofrer desse mal, que além de prejudicar a qualidade de vida, representa um impacto socioeconômico muito importante, como o absenteísmo laboral.

 Dicas para prevenir crise de coluna

· Não carregar peso. No caso de ser obrigado a levantar um volume pesado, nunca se deve manter as pernas esticadas e curvar o corpo. Deve-se dobrar os joelhos e manter o objeto o mais próximo possível do tronco quando for erguê-lo;

· Evitar atividades de impacto repetitivo, como andar a cavalo, de moto, jet-sky, ou lancha;

· Quem trabalha com esforço físico apresenta mais desgaste nos discos. Carregadores de peso, como estivadores, expõem a coluna à sobrecarga contínua;

· Pessoas que trabalham paradas na mesma posição sem relaxar a musculatura, ou quem fica horas em frente ao computador, também integram o grupo de risco. É recomendável levantar a cada 40 ou 50 minutos, andar um pouco e colocar um tablado para erguer alternadamente os pés e relaxar a musculatura;

· Motoristas de veículos pesados também estão no grupo de risco. Quem dirige carros mais velhos tem mais problemas de coluna do que quem dirige carros novos e em melhores condições mecânicas;

· Ver televisão, jogado no sofá, com a coluna torta também é contra-indicado. O ideal é sentar-se numa cadeira de braços, que servem de apoio na hora de levantar, se posicionar bem em frente à tela;

· Assistir à televisão ou ler deitado. A pessoa fica em posição forçada, às vezes durante horas, pressionando o disco. É importante providenciar um suporte para a cabeça e para o tronco, para permanecer quase sentado e colocar o aparelho bem alto;

· Ao deitar, a posição que oferece menor pressão sobre os discos é a de barriga para cima, com a cabeça apoiada num travesseiro baixo para evitar a hiperflexão. Deitar de lado com joelhos flexionados e o travesseiro baixo colocado de forma a impedir que o corpo se incline para um lado ou outro é outra boa opção. Dormir de bruços, mesmo sem travesseiro, como regra geral, não é bom para a coluna.

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