Estatísticas e Análises | 28 de janeiro de 2018

Apenas um cigarro por dia aumenta os riscos de doenças cardiovasculares e AVC, diz estudo

Pesquisadores recomendam abandonar completamente o cigarro
Apenas um cigarro por dia aumenta os riscos de doenças cardiovasculares e AVC, diz estudo

Um estudo indica que fumar apenas um cigarro por dia já representa um grande risco de desenvolver doenças cardiovasculares (DCV) e acidente vascular cerebral (AVC). Publicado na quarta-feira, 24 de janeiro, o estudo da revista científica BMJ aponta que é necessário deixar completamente o cigarro para diminuir significativamente o risco destas doenças.

Foi apontado que as pessoas que fumaram até um cigarro ao dia ainda tinham cerca de 50% mais probabilidades de desenvolver doenças cardíacas e 30% mais propensas a ter um acidente vascular cerebral do que as pessoas que nunca fumaram, disseram os pesquisadores.

É necessário parar de fumar completamente, não apenas reduzir

Os pesquisadores alertaram que enquanto a porcentagem de adultos no Reino Unido que fumavam estava caindo, a proporção de pessoas que fumavam de um a cinco cigarros por dia estava aumentando de forma constante.

A pesquisa liderada por Allan Hackshaw, professor da UCL Center Institute da University College London, analisou 141 estudos e avaliou os riscos de fumar 1,5 ou 20 cigarros por dia.

O estudo apontou que os homens que fumavam um cigarro por dia tinham cerca de um risco 48% maior de desenvolver doença cardíaca coronária e eram 25% mais propensos a ter um acidente vascular cerebral do que aqueles que nunca haviam fumado. Para as mulheres, a incidência foi ainda maior – 57% para doença cardíaca e 31% para AVC.

A redução do uso de cigarros pode auxiliar na redução de risco de outras doenças, como o câncer, mas, em relação ao infarto e AVC, os usuários “devem parar completamente”, aponta Hackshaw. Os pesquisadores ressaltaram que, em relação às doenças cardiovasculares, “qualquer exposição ao cigarro é danosa”.

A doença cardiovascular, e não o câncer, é que apresenta o maior risco de mortalidade por fumar, causando cerca de 48% das mortes prematuras relacionadas ao tabagismo.

Cigarro é a principal causa de morte evitável no mundo, de acordo com a OMS

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabaco é a principal causa de morte evitável em todo o mundo. A organização estima que um terço da população mundial adulta, cerca de 2 bilhões de pessoas, sejam fumantes. Pesquisas comprovam que aproximadamente 47% de toda a população masculina mundial e 12% da feminina fumam.

De acordo com a OMS, todo ano mais de cinco milhões de pessoas morrem no mundo por causa do cigarro. E, em 20 anos, esse número chegará a 10 milhões se o consumo de produtos como cigarros, charutos e cachimbos continuar aumentando.

Os fumantes têm, em média, menos dez anos de vida do que os não fumantes, pois as substâncias do fumo do tabaco afetam alguns órgãos importantes, ao mesmo tempo que tornam o organismo mais frágil em relação a uma série de doenças.

Deixar de fumar é a medida preventiva mais eficaz para diminuir os riscos de doenças como o câncer de pulmão, acidente vascular cerebral ou enfarte do miocárdio.

Brasil apresenta queda no número de fumantes

Em janeiro, foram divulgados os dados da pesquisa Vigitel Brasil 2016 – Saúde Suplementar, um amplo estudo realizado pelo Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que avalia os determinantes de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). No período de 2008 a 2016, a proporção de fumantes caiu no Brasil, de 12,4% para 7,3%.

 

Com informações da BBC News. Edição do Setor Saúde.

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