Estatísticas e Análises | 16 de janeiro de 2018

Vigitel 2016: estudo avalia determinantes de doenças crônicas não transmissíveis

ANS divulgou a avaliação dos beneficiários de saúde no Brasil
Vigitel 2016 estudo avalia determinantes de doenças crônicas não transmissíveis

O número de indivíduos com excesso de peso e obesidade entre os beneficiários de planos de saúde continua crescente e alarmante, aponta a pesquisa Vigitel Brasil 2016 – Saúde Suplementar, um amplo estudo realizado pelo Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que avalia os determinantes de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT).

De acordo com a pesquisa, a proporção de beneficiários adultos de planos de saúde com excesso de peso vem aumentando desde 2008, quando foi realizado o primeiro levantamento, passando de 46,5% para 53,7%. O mesmo ocorre com a proporção de obesos, que aumentou de 12,5% para 17,7%. Acompanhando a evolução desfavorável, a frequência de beneficiários com diagnóstico médico de diabetes aumentou em média 0,2% ao ano no período entre 2008 e 2016.

Na avaliação da variação de 2008 a 2016, as boas notícias da pesquisa são sobre fumantes, indivíduos fisicamente inativos e o consumo de frutos e hortaliças: a proporção de fumantes caiu de 12,4% para 7,3%; a de indivíduos fisicamente inativos reduziu de 19,2% para 14,2%; e o consumo de frutas e hortaliças aumentou de 27% para 30,5%.

Infográfico_Principais_indicadores

 

Pela primeira vez, acompanhando o comportamento da sociedade, o Vigitel incluiu indicadores relacionados ao tempo livre gasto diante de telas de computador, tablet e celular. Considerando o conjunto da população adulta estudada, a frequência do hábito de utilizar tais equipamentos por três ou mais horas diárias foi de 19,5%.

“O monitoramento dos principais determinantes das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) é uma importante ferramenta para a avaliação de políticas em saúde. Os indicadores do Vigitel da Saúde Suplementar devem ser usados na reflexão de operadoras de planos de saúde, prestadores de serviços e beneficiários, contribuindo para a formulação de modelos de cuidado que envolvam a promoção da saúde e a prevenção de doenças, em prol da qualidade de vida desta parcela da população”, afirma Karla Coelho, diretora de Normas e Habilitação dos Produtos da ANS.

Porto Alegre: menor frequência de atividade física e maior número de mulheres fumantes no Brasil

– Atividade física. Os beneficiários do sexo masculino e feminino da capital do Rio Grande do Sul são os que apresentam a menor frequência de atividade física na pesquisa (45,2% entre os homens e 25,8% entre as mulheres). Entretanto, o estado não apresenta os maiores índices de inativos (são classificados como fisicamente inativos todos os indivíduos que declaram não ter praticado qualquer atividade física no tempo livre nos últimos três meses, e que não se deslocam para o trabalho ou para a escola caminhando ou pedalando).

Entre os homens, as maiores frequências foram encontradas no Distrito Federal (63,2%), Boa Vista (59,5%) e Maceió (59,5%) e, as menores, em Porto Alegre (45,2%), Campo Grande (45,8%) e São Paulo (46,6%). Entre as mulheres, as maiores frequências foram observadas em Boa Vista (47,8%), Distrito Federal (46,8%) e Palmas (46,2%) e, as menores, em Porto Alegre (25,8%), São Paulo (27,9%) e São Luís (33,8%).

No conjunto das 27 cidades, a frequência da prática de atividade física foi de 42,3% (contra 37,4% em 2011, ano em que o indicador foi incluído no Vigitel), sendo maior entre homens (51,5%) do que entre mulheres (35,0%). A avaliação desses dados considerou adultos que praticam no tempo livre pelo menos 150 minutos de atividade física de intensidade moderada por semana.

– Consumo de bebida alcoólica. No sexo masculino, Porto Alegre apresenta os menores números de consumidores abusivos de bebidas alcoólicas, com 18,5% de frequência.

As maiores frequências, entre os homens, foram observadas nas cidades de Cuiabá (36,6%), Teresina (36,5%) e Distrito Federal (36,3%) e, entre as mulheres, em Salvador (20,7%), Belo Horizonte (18,2%) e Cuiabá (16,6%). As menores frequências do consumo abusivo de bebidas alcoólicas no sexo masculino ocorreram em Porto Alegre (18,5%), Manaus (23,9%) e Curitiba (24,8%) e, no sexo feminino, em Porto Velho (7,1%), Rio Branco (7,7%) e Natal (9,4%).

No conjunto das 27 cidades, a frequência do consumo abusivo de bebidas alcoólicas foi de 20,4%, sendo maior entre os homens (29,6%) do que entre as mulheres (13,3%). A prevalência aumentou com o aumento da escolaridade.

– Tabagismo. A pesquisa registra Porto Alegre como a segunda capital com o maior índice de fumantes no Brasil, com 10,5% de frequência), sendo a primeira colocada entre as consumidoras do sexo feminino (10,6%).

As capitais que apresentaram a maior frequência de fumantes no país foram Curitiba (11,2%), Porto Alegre (10,5%) e São Paulo (8,8%). As maiores frequências de fumantes foram encontradas, entre homens, em Curitiba (14,2%), Campo Grande (12,7%) e Belo Horizonte (11,5%), e, entre mulheres, em Porto Alegre (10,6%), Curitiba (8,8%) e São Paulo (7,5%). As menores frequências de fumantes no sexo masculino ocorreram em Maceió (4,7%), Manaus (5,3%) e São Luís (5,3%) e, no sexo feminino, em São Luís (1,2%), Natal (1,6%) e Manaus (1,9%).

No conjunto das 27 cidades, a frequência de adultos fumantes foi de 7,3% (contra 12,4% em 2008), sendo maior no sexo masculino (9,0%) do que no feminino (6,0%).

Tabela_Capitais_Principais_indicadores

Sobre a pesquisa Vigitel

A Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) é realizada desde 2006 pelo Ministério da Saúde. Inicialmente, a pesquisa não discriminava os usuários de planos de saúde. A partir de 2008, em parceria com a ANS, o estudo foi ampliado e passou a avaliar dados de beneficiários da saúde suplementar.

O Vigitel da Saúde Suplementar 2016 foi feito com base em 53.210 entrevistas por telefone, sendo 20.258 homens e 32.952 mulheres, em todas as capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal, entre os meses de fevereiro e dezembro de 2016. O inquérito tem por objetivo monitorar, através de pesquisa realizada por telefone, a frequência e a distribuição dos principais determinantes das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). A atual publicação dá seguimento às quatro edições anteriores, publicadas em 2009, 2012, 2015 e 2016.

 

As capitais com maior e menor frequência nos principais itens

-Fumantes

Maior frequência: 1) Curitiba (11,2%), 2) Porto Alegre (10,5%) e 3) São Paulo (8,8%)

Menor frequência: 1) São Luís (3,2%), 2) Maceió (3,4%) e 3) Manaus (3,5%)

 

-Excesso de peso

Maior frequência: 1) Rio Branco (59,7%), 2) Aracaju (58,6%) e 3) Manaus (58%)

Menor frequência: 1) Goiânia (47,4%), 2) Distrito Federal (48,1%) e 3) Palmas (48,4%)

 

-Obesidade

Maior frequência: 1) Manaus (22,3%), 2) Macapá (20,8%) e 3) Rio de Janeiro (20,5%)

Menor frequência: Florianópolis (11,7%), 2) Distrito Federal e Palmas (13,4%)

 

-Inatividade física

Maior frequência: 1) João Pessoa (19,6%), 2) Recife (18,6%) e 3) Aracaju (18,3%)

Menor frequência: 1) Goiânia (10,8%), 2) Salvador (11,8%) e 3) Florianópolis (12,1%)

 

– Consumo de frutas e hortaliças

Maior frequência: 1) Distrito Federal (41,4%), 2) Goiânia (35,9%) e 3) Belho Horizonte (35,8%)

Menor frequência: 1) Manaus (21,3%), 2) Rio Branco (22,4%) e 3)  Belém (22,7%)

 

Com informações da Agência Nacional de Saúde Suplementar. Edição do Setor Saúde.

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